Na primeira semana após dar à luz, cerca de 70% das mulheres sofrem do chamado "baby blues", com queixas que vão desde alterações de humor e ansiedade até falta de apetite e irritabilidade.
Enquanto a maioria delas se recupera em pouco tempo, 13% das mães continuam apresentando os sintomas após os primeiros meses do nascimento do bebê, o que é considerado depressão pós-parto.
A condição é definida como um grande episódio de depressão que começa nas quatro semanas após o parto e é considerada um grande problema de saúde pública.
Pesquisadores do Instituto Max Planck de Ciências Humanas Cognitivas e Cerebrais, de Leipzig, na Alemanha, descobriram que uma queda brusca dos níveis de estrógeno logo após o parto libera uma enzima no cérebro que bloqueia as substâncias químicas responsáveis pelo bem-estar.
Possível tratamento
O estudo, publicado na revista médica Archives of General Psychiatry, revela que na mesma proporção em que os níveis de estrógeno caem abruptamente nos três a quatro dias após o nascimento do bebê, existe um aumento da enzima monoamina oxidase A (MAO-A) no cérebro.
A enzima quebra os neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina, que, além de serem responsáveis por transmitir os sinais entre as células nervosas, também influenciam nosso humor.
Se o funcionamento dos neurotransmissores é afetado, a pessoa inicialmente se sente triste e após certo tempo corre o risco de ficar deprimida.
A MAO-A foi encontrada em níveis 43% mais elevados em mulheres que acabaram de dar à luz do que em um grupo de mulheres que teve filhos há bastante tempo ou não tinha filhos.
Os níveis mais altos foram registrados no quinto dia após o parto, coincidindo com o dia em que o humor das mães está no ponto mais baixo.
Certas drogas podem ser usadas para diminuir os níveis desta enzima e aumentar os níveis das substâncias químicas quebradas por ela.
"Nossos resultados têm o potencial animador de prevenção da alteração de humor pós-parto. Isso pode ter um impacto na prevenção e no tratamento de depressão pós-parto no futuro", afirmou a coordenadora da pesquisa, Julia Sacher.
Comentários