Depois de ter a candidatura rejeitada pelo próprio PMDB do Distrito Federal, o governador do DF Rogério Rosso voltou à disputa graças a uma decisão judicial que lhe assegurou o direito de enfrentar o deputado federal Tadeu Filippelli na convenção da legenda, neste sábado em Brasília.
Por trás da disputa, está a briga entre os defensores da candidatura própria do PMDB com os que lutam pela aliança com o PT. Rosso precisa do aval do partido para disputar a reeleição em outubro. Filippelli, por sua vez, quer ser o vice da chapa encabeçada pelo PT, que escolheu o ex-ministro Agnelo Queiroz para concorrer ao governo do DF.
Antes mesmo do resultado da convenção, previsto para as 19h deste sábado, os dois candidatos trocaram acusações, repletas de citações literárias.
"A diferença entre democracia e ditadura é que na democracia se pode votar antes de obedecer às ordens", afirmou o governador à Folha, citando frase do escritor alemão Charles Bukowski.
Rosso ainda usou outra citação para definir a decisão do PMDB-DF que rejeitou a candidatura dele e foi comandada por Filippelli, presidente local da legenda e principal adversário. Dessa vez, o governador recorreu ao escritor ucraniano Leonid S. Sukhorukov: "Numa ditadura todos têm o direito de votar sem o direito para escolher".
Na troca de farpas literárias, Filippelli escolheu uma frase do escritor irlandês Oscar Wilde para responder o adversário: "Não sou jovem o suficiente para saber tudo".
Tumulto
No final da manhã, o governador chegou à convenção acompanhado da vice Ivelise Longhi e de dois trios elétricos. Apoiadores de Filippelli reagiram aumentando o som dos trios concorrentes, impedindo que os correligionários de Rosso o ouvissem discursar. Houve tumulto, mas a Polícia Militar conseguiu conter a confusão.
A candidatura de Rosso só foi confirmada nesta madrugada, quando o juiz Ricardo Faustini, do TJ-DF (Tribunal de Justiça) decidiu manter o registro alegando que o governador não teve direito à defesa na reunião do PMDB-DF, na noite de ontem.
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