Falta de trabalhadores qualificados encareceu mão-de-obra, beneficiando os profissionais
Salários de profissionais da construção sobem 53% em MT
Os trabalhadores da construção civil mato-grossense ganharam até 53,4% a mais em 2008 em relação a 2007. O volume se refere ao ganho total desembolsado pelas empresas do segmento com salários e outras remunerações, cujo montante passou de R$ 170,745 milhões para R$ 261,923 milhões de um ano para outro. Os dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) de 2008 foram divulgadas nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento aponta a expansão do setor da construção civil no período que antecedeu a crise financeira mundial, que ocorreu já no fim de 2008. Os abalos econômicos que afetaram vários segmentos em diversos países não foi registrado em Mato Grosso. Segundo o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan, a valorização da mão-de-obra reflete a falta de trabalhadores qualificados para a atividade. Ele aponta que o segmento é que mais vem se destacando no setor industrial. "Os empregos e a geração de renda demonstram o aquecimento do mercado que também reflete na procura por materiais de construção". O IBGE destaca que o custo total das obras ou serviços de construção foi de R$ 721,6 milhões em 2008. O consumo de materiais somou R$ 457,5 milhões.
De acordo com diretor do Sindicato das Indústrias da Construção de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Júlio Flávio Campos de Miranda, a carência de mão-de-obra e o aumento dos ganhos mensais também provocaram a retomada de alguns profissionais que estavam afastados da profissão. "Conheço muita gente que tem especialização no ramo da construção civil, mas estava exercendo outras funções. Com o crescimento do setor, esses trabalhadores preferiram aproveitar o mercado".
Conforme a pesquisa, a quantidade de trabalhadores empregados aumentou de 9,5%, de 17,852 milhões para 19,955 milhões. O levantamento também mostra que o aquecimento do segmento fez com o número de empresas aumentasse de 433 para 559, bem como a quantidade de empresas ativas, que subiu de 371 para 486, crescimento de 29% e 30,9%, respectivamente. Com relação à receita bruta do setor em 2008, o montante somou R$ 1,899 bilhão, a o faturamento líquido totalizou R$ 1,783 bilhão e o valor das incorporações chegou a R$ 1,866 bilhão.
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