Lobista atuava em venda de sentença há 10 anos
A dona de casa Ivone Reis de Siqueira declarou ter participado de negociações para influenciar magistrados nas decisões prolatadas por quase 10 anos. Em depoimento na Polícia Federal, a lobista ainda informou ser o “menor elo nessa cadeia”, referindo-se ao esquema de venda de sentença existente no Poder Judiciário de Mato Grosso.
Ivone Reis, que intermediava as vendas de sentenças entre advogados, juízes e desembargadores, informou também que “muitas vezes vendia uma influência que não possuía sobre os magistrados”. Segundo a acusada, em algumas conversas interceptadas pela PF fazia pressão para conseguir fechar “negócio”.
No esquema revelado por Ivone a “pessoa chave” era a advogada Célia Cury, esposa do desembargador aposentado José Tadeu Cury, que usava da influência que tinha no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e com alguns magistrados para articular as decisões favoráveis.
Segundo Ivone, por seu marido ser advogado ela conheceu muitas pessoas do meio jurídico e usava desses contatos para indicar clientes e ganhar comissão. Além disso, recorria à Célia Cury e as vezes diretamente a magistrados para negociar valores para conseguir sentenças favoráveis aos seus “clientes”.
De acordo com as investigações, o esquema também contava com o suporte do genro de Célia Cury, o empresário Claudio Manoel Camargo Junior, que muitas vezes “resolvia” alguns casos para a sogra, mesmo sem pertencer ao meio jurídico. Os valores das sentenças variavam entre R$ 40 mil a R$ 100 mil.
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