Brasil registrou redução das mortes, mas em 5 estados houve crescimento
Na contramão, MT aumenta em 2,8% mortes no trânsito
Enquanto o Brasil registra queda de 6,2% no número de mortes no trânsito após a implantação da "Lei Seca", Mato Grosso apresenta aumento de 2,8%. Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que antes da lei entrar em vigor, há 2 anos, o Estado contabilizou 885 óbitos em 12 meses, contra 910 mortes depois de 1 ano da implantação. Em todo o Brasil ocorreram 2.302 mortes a menos no mesmo período, reduzindo de 37.161 para 34.859 o total de vítimas no trânsito.
Além de Mato Grosso, outros 9 estados apresentaram crescimento nos registros, com destaque para Rondônia (10,6%), Sergipe (9,1%) e Amapá (6,9%). O Rio de Janeiro ficou em destaque nos índices de redução com 32%, seguido do Espírito Santo (-18,6%), Alagoas (-15,8%), Distrito Federal (-15,1%) e Santa Catarina (-11,2%).
Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Mato Grosso, o número de motoristas flagrados bêbados nas 5 rodovias que cortam o Estado subiu de 135 autuações e 114 detenções em 2008 para 1.049 casos em 2009, sendo que 342 apresentaram concentração de álcool no sangue suficiente para configurar infração ou crime de trânsito.
No ano passado, a embriaguez provocou 75 acidentes nas rodovias. Os números mostram que os motoristas não se importam com a lei e continuam cometendo as infrações.
Outro dado que mostra a falta de consciência dos condutores de Mato Grosso é da Polícia Militar, que de janeiro a junho de 2009 registrou 31 ocorrências de embriaguez ao volante, contra 44 situações no mesmo período em 2010.
A falta de respeito à "Lei Seca" foi a causa do acidente grave envolvendo a caixa Kellen Lucy Melo de Arruda, 24, que foi atropelada dentro do posto de combustíveis enquanto trabalhava depois que o motorista embriagado Renato Everaldo de Almeida, 49, perdeu o controle do veículo e invadiu o pátio. O teste do bafômetro apontou que ele possuía 0,6 miligramas de álcool por litro de sangue, o que pela lei é considerado crime. O máximo permitido é de 0,2.
Segundo o Ministério da Saúde, levantamento feito em 2009 mostra que os homens dirigem mais sob efeito de álcool que as mulheres. Em Cuiabá, os registros mostraram crescimento de 4,9% depois da "Lei Seca", ficando acima da média nacional também neste quesito. Em 2007, o percentual de homens que disseram ter dirigido após consumo abusivo de álcool era de 4,1%. O índice caiu para 2,8%, em 2008 (ano da "Lei Seca"), e aumentou para 3,3%, em 2009.
Nas capitais, os maiores percentuais entre os homens foram registrados em Aracaju (8,7%), Teresina (5,9%) e Rio Branco (5,5%). As mulheres, por outro lado, apresentam frequência bastante abaixo da registrada pelos homens, mantendo-se estável nos últimos 3 anos, variando entre 0,2% e 0,3%.
A pesquisa revela ainda que os adultos de 25 a 34 anos (2,1%) e de 35 a 44 anos (2%) são os que mais conduzem após beber, enquanto que entre os jovens de 18 a 24 anos esse índice é de 1,8%.
Para chegar aos números, o MS usou informações dos Sistemas de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Inquérito Nacional de Fatores de Risco e Proteção para Doenças e Agravos não Transmissíveis (Vigitel).
Comentários