“Eu brinco muito com códigos”, declara advogada à PF
O inquérito da Operação Asafe constatou que a advogada Célia Cury, esposa do desembargador aposentado José Tadeu Cury, utilizava-se de um código, denominado Brilhante, para passar os números de processos para ser checado no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Além disso, durante a busca e apreensão na casa dela foi encontrada uma agenda com inscrições em forma de código, os quais ela não explicou à Polícia Federal durante depoimento.
Cury apenas respondeu ao delegado “eu brinco muito com códigos”, após ser questionada sobre o motivo pelo qual utilizou esses códigos. Segundo ela os códigos são transitórios e a declarante não recordava o significado.
Em conversa com o ex-chefe de gabinete de Tadeu Cury, Jarbas Rodrigues do Nascimento, advogada utiliza-se das palavras “elefante”, “aurora”, “rato”, “hotel”, “lago”, “sapo” e “tartaruga”, formando a palavra EARHL ST. De acordo com a investigação da PF, os interlocutores utilizavam-se da palavra Brilhante e da sequência 1234567890 para poderem passar números de processo um para o outro, sem levantar suspeita.
Durante o depoimento, Célia Cury chega a admitir o uso de códigos para passar números de processos, porém sem nenhuma explicação do motivo, apenas um “porque sim”. No entanto, ela negar todas as acusações que pesam contra a advogada.
Cury é apontada como peça chave do esquema e seria a principal corretora de sentença de Mato Grosso, aparecendo em quase todo o esquema e conversas interceptadas e pela PF. Ela ainda contava com a ajuda dos genros Claudio Manoel Camargo Junior e Rodrigo Vieira Komochena.
A investigação mostra que a advogada aproveitava da facilidade entrada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e do bom relacionamento mantido com magistrados para conseguir sentenças favoráveis. Em média, cada negociação rendia a ela cerca de R$ 20 mil a R$ 50 mil, dependendo do processo e do acordo.
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