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Agronegócios
Sexta - 18 de Junho de 2010 às 12:41

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Entre os 650 grupos de produtores reunidos no Brasil Rural Contemporâneo, em Brasília, alguns se destacam pela originalidade e sentido poético de seus nomes. Em geral, na hora de nomear os estabelecimentos são escolhidas siglas das cooperativas, mas o nome pode ter a ver também com a identidade do produto ou com quem o fabricou. Assim, o estande “Bonecas de Esperança”, com bonecas de pano da cidade paraibana do mesmo nome, veicula também mensagem positiva das artesãs.

“Vida a granel” é uma cooperativa gaúcha que comercializa grãos no mercado regional e doces e frutas para alimentação escolar. “Granel tem a ver com grão, e vida significa que somos uma rede de agricultores familiares”, diz Ecleia Kruger dos Santos.

“Um nome diferente atrai o freguês”, afirma José do Carmo, de Cerro Azul (RS), do grupo  “Tecendo história”, que faz objetos de bambu e taboa. Segundo José, isso “tem a ver com a história da gente, pois o pessoal da cidade estava deixando de fazer o trançado. Daí resolvemos investir e passamos a vender mais.”

“Divina fibra Nova Porteirinha” trabalha com materiais naturais no interior de Minas Gerais. “A fibra é divina porque dá o sustento a famílias da região”, explica Vera Lúcia Gangá, da Emater. Já “Mulheres de fibra” vem do Maranhão. “Somos literalmente mulheres de fibra, pois é muito duro trabalhar a palmeira buriti”, explica Regina Martins. Já “Damas da Flora”, de Silvânia (GO) foi escolhido para nomear mulheres que produzem ervas medicinais e cosméticos. “Muita gente para no estande atraída pelo nome do grupo”, explica Maria Aparecida Fernandes.

Na tenda do Nordeste, um nome surpreendente: “Associação de mulheres labirinteiras o vento pela polpa”. As artesãs fazem renda labirinto e se chamam assim pois sua associação foi criada com recursos da Alemanha e os doadores sugeriram “o vento pela polpa”:  o mesmo nome de uma associação alemã.

“Artesãs crescendo pela fé”, de Maragogipe (AL) indica duas realidades. “Somos uma comunidade pobre e fazemos tudo a partir da nossa fé em melhorar”, diz Quitéria Gomes da Silva, uma das 60 mulheres que usam o filé (o centro do tronco) da bananeira. Como são evangélicas, o nome ficou adequado.

A comunidade hare krishna  fluminense Goura Vrindávina também tem motivação religiosa. Ela produz a “Banana Goura Paraty”. Goura significa dourado (um bom apelo para a banana) e também é o nome de um homem que, há centenas de anos, difundiu o Hare Krishna na Índia.






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