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Economia
Sexta - 18 de Junho de 2010 às 01:51
Por: Marcondes Maciel

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MAURICIO BARBANT
Bolsa de 50 quilos estava sendo vendida ontem a R$ 24,90, contra R$ 18,90 em maio
Bolsa de 50 quilos estava sendo vendida ontem a R$ 24,90, contra R$ 18,90 em maio

Pela quarta vez nos últimos dois anos, os preços do cimento voltaram a disparar no mercado local, consequência do aumento das obras na construção civil e da manutenção da fábrica da Votorantim, em Nobres (146 quilômetros ao médio norte de Cuiabá). Desta vez, a alta chega a 31,74%.

Todas as lojas reajustaram seus preços: uma para mais, outra para menos, por conta da lei da oferta e demanda. “Quando temos uma demanda alta, os preços tendem a subir. É difícil segurar o varejo, pois o mercado é livre e o setor sofreu aperto com a escassez do produto nos últimos dias”, explica o presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção do Estado (Acomac), Wenceslau Júnior.

Nas lojas, a bolsa de 50 quilos estava sendo vendida ontem ao preço de até R$ 24,90, contra R$ 18,90 praticados no final do mês passado. Alguns estabelecimentos, entretanto, chegaram a vender cimento por até R$ 25,90, aproveitando a falta do produto no mercado local. No interior do Estado o comércio também elevou os preços para patamares de até R$ 26,90.

Em boa parte das lojas que comercializa materiais para construção em Cuiabá não é possível comprar cimento em grandes quantidades. Com a escassez do produto, as lojas estão sendo obrigadas a atender os clientes de acordo com a média de consumo nos últimos meses.

“Nossos estoques estão baixos e racionamos as vendas para atender um maior número de clientes”, disse um vendedor da Beira Rio Materiais para Construção.

Na Bigolin, a explicação era de que a indústria não estava conseguindo atender à demanda. “O mercado da construção está aquecido e a produção está sendo insuficiente”, disse um funcionário.

Em Cuiabá, algumas lojas estavam vendendo no máximo 30 bolsas por cliente. “O produto realmente está escasso, por isso estamos limitando a quantidade para atender a todos que nos procuram”, disse um vendedor. “A situação ainda é preocupante, mas tende a normalizar a partir do momento em que a Votorantim conseguir repor todo o estoque no mercado”, acredita.

AQUECIMENTO – Segundo os empresários, a falta do produto deve-se ao aquecimento mais intenso da indústria da construção civil, a partir do mês de maio. “Historicamente, após o final das chuvas, há um aquecimento da construção civil no Estado. Mas este ano o ritmo das obras está bem mais intenso”, esclarece o presidente da Acomac.

Ele diz que o consumo aumentou em função das inúmeras obras que estão em construção no Município. Mesmo assim, ele não tem informações de que grandes obras chegaram a ficar paralisadas e a expectativa é de que a situação se normalize nos próximos dias, com a retomada da produção.

Wenceslau Júnior lembrou que o problema se agravou a partir do final do mês passado, com a manutenção da fábrica da Votorantim, principal indústria de cimento do Estado, localizada no município de Nobres. A planta produz cerca de 80% do cimento consumido em todo o Estado.

VOTORANTIM - A Votorantim Cimentos esclareceu ontem, por meio de um comunicado, que a fábrica de Nobres esteve em “manutenção preventiva” no final de maio e retomou suas atividades no último dia 25. “A planta continua abastecendo normalmente os mercados”, diz o comunicado, acrescentando que durante o período da manutenção a empresa “tomou medidas de contingência, entre elas, o abastecimento da região com cimento produzido por outras fábricas do grupo”. A Votorantim produz cimento da marca Itaú para a região de Mato Grosso e parte de Rondônia.






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