O corregedor da Polícia Militar de Alagoas acompanhou toda a simulação em Cuiabá.
Polícia realiza reconstituição de treinamento que acabou com morte de policial

A polícia técnica do Estado realizou hoje uma reconstituição do treinamento do curso de tripulantes de aeronave ocorrido no dia 24 de abril. Na ocasião foi realizado um exercício de flutuação que resultou na morte de um soldado e outros três alunos passaram mal e foram socorridos.

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A movimentação começou cedo em frente ao clube onde o Centro Intergrado de Operações Aéreas - Ciopaer fez os treinamentos na água. A segurança foi reforçada para reconstituição. Vinte e três dos 25 alunos do curso de tripulantes de aeronave participaram das mesmas atividades realizadas no dia 24 de abril, quando quatro pessoas passaram mal, entre elas o soldado de Alagoas Abinoão Soares de Oliveria, que não resistiu e morreu. O foco deste trabalho é saber onde estava cada uma das pessoas que prestaram depoimento no Inquérito Policial Militar, no momento em que tudo aconteceu.

"O que nós vamos fazer é o campo de visão da fotografia. Desse ponto eu posso ver até tantos metros, desse ponto eu não tenho como negar que eu não estava vendo a pessoa sendo afundada", disse o perito Lino Leite.

Cinco peritos trabalharam no local para montar um croqui com a posição dos alunos, instrutores, coordenadores e equipe de apoio e resgate. A segunda etapa da reconstituição foi feita na água. A imprensa não teve autorização para acompanhar e o local foi isolado pelos policiais.

Do lado de fora do clube, na margem da rodovia a equipe da TV Centro América gravou a reconstituição na água. Os alunos fizeram novamente o exercício de flutuação e simularam o socorro às pessoas que passaram mal. O corregedor da polícia de Alagoas acompanhou todo o trabalho.

"Os excessos estão comprovados. Resta saber qual o final disso tudo", disse o corregedor da Polícia Militar de Alagoas, Luiz Carlos Ferreira. 

O aluno Leonel Cristo, amigo de Abinoão que estava ao lado dele no momento em que ele morreu não foi convocado para participar da reconsttuição.

"Eu entendo particularmente ser necessária a presença dele, justamente por estar ao lado, um campo de visão bem próximo", disse Alfredo Gonzaga, advogado da família de Abinoão.

O tenente coronel Otomar Pereira, que preside o inquérito disse que não há dúvida sobre as informações prestadas pelo soldado Leonel Cristo, por isso ele foi dispensado. A reconstituição, segundo ele, foi solicitada para elucidar outros pontos.

"Cada uma vai ser confrontada conforme as suas atribuições. Se ela fez ou deixou de fazer alguma coisa que possa ter contribuído para esse resultado. Se alguém morreu, com certeza alguém vai ser responsabilizado por isso", disse o tenente coronel Otomar Pereira, presidente do inquérito policial militar.

Ontem a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão no Ciopaer onde foram apreendidos equipamentos de gravação e arquivos de imagens que possam ajudar a esclarecer o que aconteceu no dia 24 de abril. No inquérito policial civil a delegada Ana Cristina Feldner indiciou os tenente Carlos Evane Augusto e Dulcésio Barros de Oliveira por homicídio triplamente qualificado.

Já o sargento Moris Fidelis Pereira, o cabo Antônio Vieira de Abreu Filho e o soldado Saulo Ramos Rodrigues foram indiciados por tentativa de homicídio. Já o inquérito policial militar vai ser concluído na próxima sexta-feira, dia 25 de junho.