Um cardápio variado de farinhas do Cerrado para todos os gostos
Item comum na cozinha dos brasileiros, a farinha é produto encontrado em diversos estandes da VII Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária - Brasil Rural Contemporâneo. Além das tradicionais, o visitante pode comprar sabores muito especiais, como as farinhas de puba, de macadâmia e até farinha de arroz sem glúten.
“As farinhas são multifuncionais, servem como alimento, como remédio e complemento alimentar”, explica Paulo Henrique Moraes, do estande Central do Cerrado, localizado no espaço da Sociobiodiversidade. A Central do Cerrado é formada por 35 associações e cooperativas que produzem 250 produtos, entre eles as farinhas de buriti, rica em vitamina A, e de babaçu, rica em potássio. Mas o produto que vem chamando atenção do público é a farofa de pequi – farinha de mandioca, enriquecida com polpa de pequi (30% a 40%), alho, sal e óleo.
A Central do Cerrado também vende a farinha de jatobá. O produto é do Assentamento de Andalúcia, no município de Nioaque (MS), feito por nove famílias que trabalham com extrativismo. “Pretendemos inserir a farinha no cardápio da merenda escolar do município pela qualidade do produto, que é rico em cálcio, pela necessidade de fazer uma alimentação preventiva e pela sustentabilidade das famílias, que preservam as espécies nativas do Cerrado”, afirma a presidente do Centro de Produção Pesquisa e Capacitação do Cerrado (Ceppec), Rosana Sampaio.
Acompanhamento perfeito para o feijão, há a farinha lisa temperada com 12 variedades de ervas (entre outras, gergelim e açafrão) e o farofão, a farinha de biju com 12 ingredientes (que o produtor revela apenas alguns, como cebola, alho, margarina, açafrão), no estande do Sítio Lar Prata, do Assentamento Pratinha, em Goiás. No sítio, apenas uma família produz quatro variedades de farinha.
A farinha de mandioca torrada artesanal também foi trazida para a feira, na área reservada à região Centro-Oeste. O produto da região do Pulador, em Anastácio (MS), é famoso pela qualidade e tradição. As primeiras casas de farinha da região tiveram origem em 1925. Todo o processo é artesanal e comunitário (atualmente feito por 18 famílias, organizadas em cooperativas) e continua a ser passado de pai para filho.
Em toda a feira, os preços variam de R$ 4,00 a R$ 10,00.
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