Acareação revela reuniões entre assaltantes e bacharel

Uma acareação realizada na tarde desta quarta-feira (16) entre três assaltantes e o bacharel em direito Alfredo de Oliveira Garcia Neto (34) revela que os acusados realizaram várias reuniões e encontros para planejar o assalto ao apartamento do desembargador aposentado Ernani Vieira de Souza (73), no dia 31 de maio. Reginaldo Silva Ferreira (26), Alyson Creyton Souza da Silva e Adenilson Nascimento foram ouvidos pelo delegado da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos (Derfva), Diogo Santana, e confirmaram que o bacharel seria o mentor intelectual do crime, em função de ter ligações com pessoas próximas à família do magistrado.

O delegado disse ao site Olhar Direto que Alfredo negou novamente a participação no crime e desconhecer dois dos acusados. Contou apenas que já teve contato, uma vez, com Alyson Creyton, e o encontro seria referente a uma ação judicial. Reginaldo Silva é apontado nas investigações como participante direto da invasão ao prédio.

Informações dão conta ainda que o bacharel apresentou respostas evasivas para desmentir seu envolvimento no crime. Ele está preso preventivamente na Polinter, no Anexo II da Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá e foi indiciado por formação de quadrilha e co-participação no assalto.

O delegado Diogo Santana também destacou que aguarda o relatório da quebra do sigilo telefônico de todos os envolvidos. Contudo, ele destaca que o inquérito já está em fase final e deverá ser encaminhado nesta semana ao Ministério Público Estadual (MPE).

O advogado de Alfredo, Ulisses Rabaneda, também nega o envolvimento de seu cliente e destaca que ele não os conhece. O defensor diz também que vai aguardar o término das investigações para ver quais medidas serão tomadas.

Segundo o delegado, Alfredo pertence a uma quadrilha composta por pelo menos 12 pessoas que praticavam assaltos diversos na Capital. Uma parte da quadrilha já havia sido presa e contado sobre o plano de assalto à residência do desembargador aposentado. A Polícia diz que o bacharel era amigo da família do desembargador e aproveitou a proximidade para arquitetar o crime, bem como passar informações privilegiadas à quadrilha que fazia parte.

No dia 31 de maio, três homens armados, usando roupas da Polícia Federal, anunciaram ao vigia do prédio que cumpririam um mandado de busca e apreensão no apartamento do desembargador. Dois assaltantes invadiram o apartamento e anunciaram o assalto.