Ministra Nancy cita 14 casos suspeitos
O conjunto de provas reunidas desde em 2006, ano de abertura do inquérito que apura a “espúria prática” de negociação e venda de sentenças judiciais, foi o que embasou o voto da ministra Nancy Andrighi pelo afastamento dos quatro magistrados.
Durante a sessão de ontem no STJ, ela narrou 14 casos que foram ilustrados no inquérito através de transcrições de interceptações telefônicas, ambientais e fotografias. Vários desses casos foram relatados pelo Diário.
Entre outros, a ministra citou o “caso de Alto Paraguai”. Nas investigações, a polícia identificou indícios da existência de um grupo liderado por Alcenor Alves de Souza – preso durante a operação Asafe -, que tentava manter de forma fraudulenta sua esposa, Diane Vieira Vasconcellos Alves (PR), à frente da prefeitura de Alto Paraguai. Para tal intento, o grupo ligado à prefeita teria entrado em contado como o desembargador Evandro Stábile e tentado influência com o juiz Eduardo Jacob. Nancy Andrghi citou também a relação de amizade entre o desembargador Evandro Stábile e a advogada Célia Cuy, esposa do desembargador aposentado José Tadeu Cury. Ela é apontada como figura central no esquema de venda de sentenças.
Outro caso lembrado pela ministra envolve o juiz Círio Miotto, também afastado. Em depoimento, o advogado Max Weyzer Mendonça deu detalhes sobre suposta negociação de sentença com emissários de Miotto, que teria custado R$ 50 mil. A negociação ocorreu para a concessão de habeas corpus a Lóris Dilda, acusado de matar o próprio irmão. O mesmo caso também foi narrado no depoimento de Ivone Reis de Siqueira, uma das principais “lobistas” do esquema.
O advogado revelou ainda que “já havia feito outras três negociações de habeas corpus com o grupo de Círio Miotto”, que também teria favorecido Moacir Franklin, preso durante a operação Fronteira Branca.
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