O governo decidiu prorrogar a isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) na venda de caminhões até o final de 2010, atendendo a um pleito do setor, anunciou nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A redução da alíquota do imposto de 5% para zero, definida pelo governo junto com um conjunto de medidas para enfrentar a crise global, estava prevista para acabar no final de junho.

A expectativa do governo é que a medida provoque uma redução de R$ 280 milhões na arrecadação até o fim do ano.

O governo também prorrogou a desoneração para picapes e caminhonetes até dezembro, o que gerará uma renúncia fiscal de R$ 105 milhões.

No mesmo anúncio, o governo estendeu o benefício para bens de capital, o que vai provocar uma renúncia de R$ 390 milhões.

Automóveis

O governo já havia incentivado a venda e produção de automóveis com a redução do IPI. A alíquota original já foi retomado, após a redução que vigorou até março deste ano. Desde então, os carros a álcool ou flex de mil cilindradas tiveram o percentual elevado de 3% para 5%. Já nos de até 2.000 cilindradas, passou de 7,5% para 11%.

Efeito IPI

O incentivo fiscal, concedido em dezembro de 2008 e que até o final de 2009 valia também para os carros a gasolina, foi uma das principais medidas tomadas pelo governo federal para combater os efeitos da crise econômica e estimular as vendas no setor.

A medida surtiu efeito, e os emplacamentos de veículos (automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões) apresentaram um acréscimo de 11,4% no ano passado ante 2008, registrando o terceiro recorde anual consecutivo, com 3,14 milhões de unidades.

No acumulado dos cinco primeiros meses de 2010, as vendas de veículos novos bateram mais um recorde, atingindo 1,317 milhão de unidades licenciadas. A produção também alcançou uma nova marca nesse intervalo (1,43 milhão).

As montadoras encerraram maio com 113.286 funcionários empregados, retomando o nível pré-crise. No mês anterior, havia 112.628 no quadro de pessoal. No pico, em outubro de 2008, quando houve o agravamento da crise internacional, o setor tinha 113.127 empregados na produção de veículos.