Abicalil desconhece repúdio à representação contra Julier e Avelar
O deputado federal e pré-candidato ao Senado, Carlos Abicalil (PT), afirmou desconhecer a existência de uma carta aberta que teria sido elaborada por um grupo de petistas em repúdio a ele por ter assinado pedido de representação contra o juiz federal Julier Sebastião e o procurador da República Mário Lúcio Avelar. A representação foi entregue ao Conselho Nacional de Justiça e recebeu o aval de parlamentares mato-grossenses, sob argumento de que Julier e Avelar vêm mantendo conduta imparcial e de cunho político. Entre os que assinaram a carta, além de Abicalil, estão o ex-governador Blairo Maggi (PR), o governador Silval Barbosa (PMDB), os deputados federais Wellington Fagundes (PR), Carlos Bezerra (PMDB), Homero Pereira (PR), Pedro Henry (PP) e o presidente da Assembleia José Riva (PP).
Durante apresentação do PAC II por membros do governo federal, em Cuiabá, Abicalil comentou o assunto. Segundo ele, nenhuma carta chegou ao diretório regional do partido. Ele desdenhou a ação do grupo de petistas ligados à senadora Serys Marly (PT). A parlamentar está na “bronca” com Abicalil, que durante as prévias do partido tirou dela a oportunidade de disputar a reeleição. “Essa carta não chegou ao diretório. Também considero estranho o fato das pessoas que disseram ter assinado esse documento não terem me cobrado pessoalmente outra postura em relação ao juiz Julier. Alguns deles, inclusive, estiveram na reunião da comissão executiva do partido que ocorreu na última segunda e não me abordaram em nenhum momento sobre isso”, cutucou.
Embora Abicalil não tenha citado nomes, estiveram na reunião Enelinda Scala, Vilson Aguiar e Lúdio Cabral, entre outros. Além deles, outros 23 petistas teriam assinado a carta. Repudiaram o fato de Abicalil ter dado aval à representação sem consultar os demais membros da Executiva. “Por ser parlamentar do PT e presidente regional, não poderia, em hipótese alguma, tomar uma atitude de consequências públicas tão graves sem consulta às instâncias do partido, em matéria que gera descrédito na defesa intransigente da apuração que era realizada. Deveria, no mínimo, convocar uma reunião extraordinária da executiva regional para uma decisão ampla em nível de Estado”, diz a carta aberta.
Abicalil rebateu as acusações. Afirmou que o fato de exigir clareza nas ações jurídicas de magistrados, não quer dizer que ele discorde de operações que apuram irregularidades no Estado. "Não acho que minha atitude é contraditória. O PT não mudou seu perfil. Continua a defender as investigações do poder público ou de quem quer que seja, mas defendo que atitudes sejam tomadas com imparcialidade e sem abusos”, respondeu Abicalil.
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