Balanço da polícia mostra que 152 execuções ocorreram na região já este ano, antes do fim do primeiro semestre, contra 148 no período, ano passado
Violência já em maior do que em 2009 na Grande Cuiabá
O primeiro semestre ainda nem terminou e já é mais violento do que o mesmo período do ano passado na Grande Cuiabá. De janeiro até o último domingo, foram 152 execuções contra 148 durante o primeiro semestre de 2009. Na Capital, neste ano, foram 99 execuções contra 100 de janeiro a junho do ano passado. Em Várzea Grande, o aumento foi de cerca de 10% - enquanto neste ano, foram 53 assassinatos, o primeiro semestre do ano passado fechou com 48 execuções. Os números são da Polícia Civil.
Somente neste mês, foram 10 execuções – incluindo um latrocínio (roubo seguido de morte) em Várzea Grande. Para atender a “demanda”, o diretor de Polícia Metropolitana, delegado Marcos Veloso, criou um departamento dentro da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) somente para investigar os assassinatos ocorridos em Várzea Grande.
Para o delegado, o problema de infraestrutura na cidade vizinha, principalmente em relação à falta de iluminação em determinados locais contribui para o aumento da violência na cidade. Neste ano, os bairros que mais registraram assassinatos foram Jardim Eldorado, São Mateus, Mapim e Nova Várzea Grande, com dois casos cada. “Temos um tripé em que está baseada a violência que é o ambiente, o infrator e o favorecimento – que no caso é a vítima”, frisou. O delegado lembrou, no entanto, que o homicídio é um crime que não é possível prevenir.
O que chamou a atenção é que em Cuiabá, mesmo havendo teoricamente mais infraestrutura, o número de assassinatos praticamente permaneceu o mesmo – com 100 no primeiro semestre, e sempre em bairros afastados do Centro. No bairro Pedra 90, somente neste ano, ocorreram nove homicídios.
O diretor destacou que existe uma migração dos crimes, uma vez que a criminalidade diminuiu, mas a violência aumentou. Ele exemplificou o fato de o número de furtos ter reduzido, tanto em Cuiabá como em Várzea Grande. “Só que os roubos aumentaram. É que as pessoas aumentam a altura do muro, colocam cerca elétrica. Para o ladrão entrar (na casa) somente apontando um revólver para a vítima. O mesmo se aplica em relação a veículos”, frisou.
RESPOSTA - A prefeitura de Várzea Grande rebateu as acusações de falta de infraestrutura. Em nota oficial, lembrou que, apesar da reclamação da falta de iluminação, os números de crimes em relação a Cuiabá são os mesmos. A prefeitura disse fazer a manutenção periódica da iluminação pública em todos os bairros da cidade.
“Para solicitar esse e outros serviços, existe o ‘Alô, Prefeito’, através do telefone 0800-647-4142. O que ocorre é justamente nesses bairros é que os bandidos acabam destruindo a iluminação para criar um ambiente favorável a eles”, trouxe a nota. O serviço de manutenção ocorre num período de 30 a 40 dias. A nota acrescentou que, caso tivesse um número maior de policiais nas ruas, o problema de iluminação seria menor.
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