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Agronegócios
Terça - 15 de Junho de 2010 às 07:40
Por: Marcondes Maciel

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Atual malha viária que corta MT não comporta mais o volume da produção estadual e vai estrangular a economia
Atual malha viária que corta MT não comporta mais o volume da produção estadual e vai estrangular a economia

Levantamento da consultoria Macrologística, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), projeta uma situação insustentável para 2020 caso não haja melhorias drásticas na infraestrutura de transporte mato-grossense. O resultado do estudo, publicado na revista Exame, mostra que as precárias condições logísticas do Estado roubam a competitividade conseguida pelos produtores no campo. Mais: a capacidade das estradas existentes já está saturada, o que faz com que a velocidade média dos caminhões seja muito menor que a recomendada, de 60 quilômetros por hora.

O estudo faz projeções alarmantes sobre a utilização da malha viária para até 2020. No trecho mais crítico, de Lucas do Rio Verde a Diamantino (214 km, na BR-163), o estudo aponta sobrecarga de 438% na rodovia. De Cuiabá a Rondonópolis, a sobrecarga é de 315% sobre o volume máximo de carga e, de Diamantino a Cuiabá, 293%.

Ainda de acordo com o levantamento, sem melhorias drásticas a economia de Mato Grosso não conseguirá atingir o potencial previsto de 26 milhões de toneladas de soja até 2020.

“Caso a infraestrutura logística não se adeque para atender a esta demanda, todo este crescimento pode ser comprometido fazendo com que o Estado e o país amarguem grandes prejuízos”, alerta o diretor executivo da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Marcelo Duarte Monteiro.

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Rui Ottoni Prado, sem uma logística adequada de transporte não se pode fazer em superprodução. Entre as ações necessárias para equacionar este problema ele menciona a construção e melhoria de rodovias no Estado - “temos de concluir imediatamente o asfaltamento da BR-163 (Cuiabá-Santarém)” – e investimentos em hidrovia e ferrovia, principalmente neste último modal, que pode reduzir em até 50% os custos do frete até os portos exportadores. “Temos de levar os trilhos à região de Lucas do Rio Verde, Campo Novo e Sapezal e reativarmos o projeto da hidrovia Teles Pires-Tapajós”, defende.

MAPEAMENTO – Com o objetivo de subsidiar a Federação das Indústrias no Estado (Fiemt) e a Aprosoja/MT, a Macrologística está desenvolvendo o projeto Norte Competitivo, visando mapear a situação dos estados que compõe a Amazônia Legal, entre eles Mato Grosso. A meta é reduzir em R$ 10 bilhões ao ano o custo de logística da Amazônia Legal, segundo Renato Pavan, presidente da consultoria Macrologística, contratada para fazer o estudo.

De acordo com o presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da Fiemt, Luiz Garcia, o projeto vai avaliar as origens e os destinos de produtos que circulam por rodovias, ferrovias e hidrovias desses estados e calcular o volume de produção estimado para os próximos 20 anos. O trabalho abrange eixos como o pólo de Manaus, o agronegócio e a mineração, setores que movimentam cerca de 95% da economia da região.

A primeira etapa do estudo, de mapeamento das cadeias e identificação dos gargalos, deve ser finalizada em janeiro.






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