Procon mostra que instituições elevaram juros de crédito pessoal e do cheque especial
Bancos deixam empréstimos mais caros em junho
Os bancos voltaram a elevar os juros em junho, depois de já terem reajustado as taxas em maio. Os aumentos foram verificados no mesmo mês em que o Banco Central elevou os juros básicos (a Selic) para dois dígitos: ela foi de 9,5% para 10,25% ao ano.
Pesquisa do Procon-SP, divulgada nesta segunda-feira (14), mostra que o maior aumento nos bancos pesquisados não chegou a 0,3 ponto percentual. Ainda assim, a elevação foi maior do que a do mês passado, porque mais bancos reviram o custo dos empréstimos pessoais e do cheque especial.
Em maio, somente a Caixa Econômica Federal elevou os juros bancários, refletindo a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) em aumentar a taxa Selic pela primeira vez no ano. Desde 2009, a Selic havia caído de 13,75% para 8,75% em uma medida para deixar o custo do dinheiro mais barato e incentivar o consumo.
Dessa vez, quatro instituições subiram o custo do empréstimo pessoal, enquanto seis elevaram o cheque especial.
Nos empréstimos, a taxa média foi de 5,28% ao mês, superior à do mês anterior, que foi de 5,21%. No ano, a taxa representaria 85,31%.
Os custos variaram no HSBC (de 4,61% para 4,83%), no Bradesco (de 5,34% para 5,40%) e no Banco do Brasil/Nossa Caixa (de 4,48% para 4,68%), que têm as menores taxas dessa modalidade de crédito. Os maiores juros foram verificados no Itaú/Unibanco (5,86%).
No cheque especial, a taxa média dos bancos pesquisados foi de 8,83% em maio para 8,90% ao mês em junho. No ano, a taxa equivalente seria de 178,15%.
No Real/Santander, os juros foram de 9,38% para 9,66%. O Bradesco alterou de 8,24% para 8,30%. O Banco do Brasil/Nossa Caixa elevou de 7,65% para 7,69%. No HSBC, o cheque subiu de 9,34% para 9,36%. Nessa modalidade, a menor taxa ainda é a da Caixa (7,15%) e a maior, do Safra (12,3%).
Para o Procon-SP, o consumidor vai encontrar o crédito ainda mais caro nos bancos. Por isso, ele deve evitar se endividar agora, para não pagar pelo dinheiro.
- O consumidor, que já não vinha encontrando juros atrativos no mercado de crédito, deve agora procurar evitar a tomada de empréstimo, seja de curto ou de longo prazo. Com a elevação da taxa básica da economia, o custo dos empréstimos e financiamentos passa a ficar mais alto, aumentando os juros para o consumidor de crédito e, consequentemente, inibindo o consumo.
O levantamento foi feito no dia 2 de junho com dez instituições financeiras: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real, Safra, Santander e Unibanco.
Comentários