O candidato governista, Juan Manuel Santos, favorito ao segundo turno das eleições presidenciais da Colômbia, anunciou que se vencer as eleições continuará com uma política de resgate de reféns da guerrilha e rejeitou a possibilidade de uma troca por rebeldes presos.
"O Estado colombiano não pode renunciar aos resgates militares", garantiu Santos, ex-ministro da Defesa do atual presidente Alvaro Uribe, em uma entrevista coletiva em Medellín (400 km a noroeste de Bogotá) neste domingo, quando encerra sua campanha eleitoral.
O segundo turno das eleições são em 20 de junho.
Santos, do Partido Social de Unidade Nacional (Partido da U, direita), fez estas declarações ao comentar o resgate realizado neste domingo pelas forças de segurança de dois dos reféns mais antigos da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Interrogado sobre se permitiria uma troca de reféns por guerrilheiros presos, Santos disse que "o chamado acordo humanitário, de humanitário não tem nada. A única coisa que as Farc podem fazer é libertá-los unilateralmente. Troca não faremos porque isso estimularia novamente o sequestro".
Para Santos, o resgate neste domingo do general Luis Herlindo Mendieta e do coronel Enrique Murillo, ambos da polícia e sequestrados em 1998, constitui "um ato muito louvável e mostra que a perseverança em matéria de segurança democrática rende seus frutos".
"É preciso seguir perseverando até que não sobre nenhum sequestrado e todos possamos viver tranquilos celebrando a segurança", acrescentou.
Em 2008, como ministro da Defesa, Santos dirigiu a Operação Xeque, na qual foram resgatados a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, três americanos e onze militares e policiais colombianos reféns das Farc.
Venezuela
Santos também reiterou seu desejo de melhorar as relações com a Venezuela, mas disse que, para isso, é necessário esforço das duas partes.
"Quero ter boas relações com todos os nossos vizinhos, mas para dançar é preciso duas pessoas. Espero que, quando eu for eleito, possamos estabelecer relações com todos os vizinhos, incluindo a Venezuela", disse Santos.
"Se agimos com responsabilidade, se respeitamos as diferenças, podemos ter relações cordiais que beneficiem os dois povos, por isso farei tudo o que estiver ao meu alcance", insistiu.
O presidente venezuelano congelou as relações com a Colômbia em julho de 2009 devido a um acordo militar entre Bogotá e Washington que permite aos Estados Unidos o uso controlado de sete bases militares na Colômbia. Como consequência, o comércio bilateral caiu 70% no primeiro trimestre de 2010.
Juan Manuel Santos aparece como favorito para a presidência colombiana, com cerca de 60% das intenções de voto, contra menos de 30% do independente Antanas Mockus, do Partido Verde.
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