Mantida a tendência de crescimento médio da economia no governo Lula, o Brasil cortará à metade o número de pessoas pobres até 2014.

O total cairá de 29,9 milhões para cerca de 14,5 milhões, o equivalente a menos de 8% da população, informa reportagem de Fernando Canzian publicada na Folha deste domingo.

Nos anos Lula, até a crise de 2009, o número de pobres (pessoas com renda familiar per capita mensal até R$ 137,00) caiu 43%, de 50 milhões para 29,9 milhões.

Hoje, a velocidade da queda do número de pobres é ainda maior, de cerca de 10% ao ano, segundo cálculos do economista Marcelo Neri, chefe do Centro de Pesquisas Sociais da FGV-Rio.

"Estamos entrando em um processo de redução da desigualdade mais forte do que no período entre 2003 e 2008", afirma Neri.
 


Outros especialistas ouvidos pela Folha concordam com essas previsões, consideradas realistas ante a tendência dos últimos anos.

Consideram também viável o país manter um ritmo de crescimento até maior do que a média dos últimos anos. A previsão de crescimento para 2010, por exemplo, já varia entre 6,5% e 7,5%.

A diminuição do número de pobres e a ascensão de 32 milhões de brasileiros às classes ABC entre 2003 e 2008 esteve relacionada, principalmente, ao aumento do emprego formal e da renda do trabalho, à política de valorização do salário mínimo e aos programas sociais, como o Bolsa Família.