"Qual o vice na história do Brasil democrático que agregou votos?", questionou o mineiro, que disse ser "uma bobagem" supor que exista disputa entre setores dentro da campanha de Serra, referindo-se indiretamente a uma suposta pressão do DEM pela vaga.
Se o PSDB seguir o mesmo raciocínio de Aécio, estaria abrindo caminho para a escolha de um vice com menos apelo nas urnas, mas cujo anúncio pode resolver problemas de palanques estaduais, ou permitir uma entrada melhor em regiões nas quais Serra não vai bem, como o Nordeste.
Na avaliação de Aécio, que deu entrevista na van que o levou para o aeroporto de Salvador, logo após a convenção tucana, o maior desafio de Serra será enfrentar a transferência de votos potencial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sua candidata, Dilma Rousseff (PT).
"Transferência de voto é claro que existe. A maior dificuldade está aí", afirmou Aécio, ressalvando que "na hora da decisão, o eleitor vai votar em quem for melhor para ele, para a família dele".
O mineiro diz acreditar ser relativa a ideia de que Dilma tenha vantagem por ter o presidente Lula, ancorado em 86% de popularidade, colado à sua campanha.
"Uma overdose de exposição do presidente, e não do candidato, pode ter um efeito colateral ruim", disse.
Ele também considera que o índice de desconhecimento de Dilma Rousseff perante o eleitorado já não seja tão alto. "Tem pouco espaço de transferência de voto aí."
Segundo a última pesquisa Datafolha, Serra e Dilma estão empatados em primeiro lugar com 37% das intenções de voto.
Aécio afirmou que os índices de Serra, que seguem nessa posição média desde antes do início da pré-campanha, enquanto Dilma vem numa curva ascendente, já é um fato "heróico" diante de uma suposta máquina de propaganda atuante em favor da petista.
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