Reunidos para aprovar o apoio do PDT à pré-candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência, dirigentes pedetistas transformaram a convenção nacional do partido em um comício eleitoral em prol da ex-ministra.

Eles saudaram a antiga companheira de partido --Dilma foi filiada ao PDT até 2001-- como "presidenta Dilma" e fizeram diversas menções à participação dela no governo Lula frisando a necessidade da "continuidade do avanço".

"É a hora e a vez de uma mulher que tem história, democracia, amor à pátria e a confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Viva Dilma à Presidência da República!", exclamou o presidente pedetista, ministro Carlos Lupi (Trabalho), que por algumas vezes durante a convenção puxou o coro de "Brasil, urgente, Dilma presidente".

"Nós temos condições de fazer a maior votação da história do Brasil para que pela primeira vez uma mulher vire presidente da República", afirmou em discurso o presidente da legenda no Estado de São Paulo e presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva.

Os dirigentes do PDT foram acompanhados por alguns dos pares petistas presentes ao evento. "Nós temos aqui a nossa pré-candidata que é quem vai continuar esse trabalho em defesa do pequeno, daquele que não tem inclusão social", disse Marta Suplicy (SP), pré-candidata do PT ao Senado.

Também estiveram no evento diversos outros petistas: os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Luiz Barreto (Turismo), o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloízio Mercadante, e o presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra.

Dilma, em sua fala, fez referência a 4 ícones da história do PDT: Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola e Darcy Ribeiro. Citou-os sempre em tom de elogio e utilizou pensamentos deles. A pré-candidata relacionou as realizações dos pedetistas históricos com ações do governo Lula, ao qual sempre se referia na primeira pessoa do plural.

"Estamos realizando as lutas de Darcy Ribeiro", "Reformas de base são uma necessidade e estamos levando elas para frente" e "somos a continuidade desse processo" foram algumas das frases.

Dilma não fez nenhuma menção à revelação, pela Folha, da existência de um novo dossiê elaborado pela "equipe de inteligência" de sua pré-campanha com dados fiscais e financeiros sigilosos sobre o vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge. Ela saiu sem conceder entrevista à imprensa.

A convenção, realizada hoje pela manhã em São Paulo, teve a presença de milhares de militantes do PDT, que encheram uma casa de eventos que tem capacidade para cerca de 8.000 pessoas.