Foi confirmada a morte de mais uma vítima de um tiroteio ocorrido ontem à noite na comunidade da Maré, na zona norte do Rio. Alexsandro de Oliveira Nascimento, 22, estava internado em estado grave no Hospital Federal de Bonsucesso após ser atingido por um tiro na cabeça, mas não resistiu. Também morreram o frentista Paulo Cardoso Batalha, de 43 anos, e o estudante Deividson Evangelista Pacheco, de 19 anos. Além deles, outras três pessoas, entre elas uma criança de cinco anos, continuam internadas.

De acordo com policiais da Delegacia de Homicídios, há duas versões para o tiroteio. A contada por moradores, e que ainda está sendo apurada, é a de que os tiros foram disparados por policiais militares do batalhão da área que entraram em confronto em uma rua movimentada com supostos traficantes locais. Já os oito policiais que estavam na comunidade no momento do tiroteio negam que tenham feito qualquer disparo. Segundo depoimento formal deles, a troca de tiros ocorreu entre os próprios criminosos.

As vítimas estavam dentro de uma barbearia no momento em que foram atingidas, por volta de 21h da noite de sexta. Robson Soares Gomes, 22, que foi baleado na cabeça, passou por uma cirurgia e seu estado inspira cuidados. Gilberto dos Santos, de 35 anos, baleado nas costas, também foi operado e deve ter alta até o final do dia. Já a criança de cinco anos foi atingida por um tiro na mão esquerda e corre o risco de perder o movimento dos dedos.

De acordo com o comandante do batalhão da Maré, tenente-coronel Gláucio Moreira, o policiamento foi reforçado no entorno da comunidade devido a uma possível manifestação. "Colocamos mais policiais nos acessos da Avenida Brasil e da Linha Vermelha para evitar que os moradores queiram fechar as vias para protestar. Mas, até agora, a situação está calma", disse. Ainda de acordo com o comandante, as armas dos policiais envolvidos estão separadas dentro do batalhão caso os agentes da Delegacia de Homicídios queiram encaminhá-las para uma perícia.