Com a devida permissão dos chefes, os profissionais de apostas financeiras de Wall Street fizeram suas contas para prever quem será campeão do mundo na África do Sul, e a conclusão da maioria foi de que a seleção brasileira conquistará o hexa.
É verdade que são os mesmos analistas que falharam na hora de prever a trajetória dos preços imobiliários nos Estados Unidos antes da crise financeira, o que custou bilhões de dólares aos bancos.
Mas esse "pequeno erro" na área em que são especialistas não impediu que fossem contagiados pelo entusiasmo da Copa e, com fé inabalável nos números, decidissem prever gols e placares.
Para isso, adaptaram para o esporte os modelos matemáticos desenvolvidos para analisar o desempenho de ações na última década.
O modelo de equação preparado pelo Danske Bank, da Dinamarca, dá maior vantagem aos países com mais PIB (Produto Interno Bruto) e população, ao anfitrião da Copa e a equipes com estrelas que participaram de Mundiais anteriores, pela experiência conquistada.
Por outro lado, coloca uma variável negativa para países da Ásia, Oceania e América do Norte, por nunca terem conquistado um Mundial.
Outras equações dos bancos seguem a mesma linha, já que levam em consideração na hora de prever o resultado das partidas não só o talento dos jogadores, mas também o tamanho da economia do país e até o nível de desemprego e o volume de crédito.
Danske Bank explica que, quanto mais rica é uma nação, mais ela pode investir em sua seleção, e que quanto maior a população, mais jogadores ela poderá fornecer.
Assim, o campeão segundo essas estatísticas é o Brasil, uma conclusão a que também chegam, a partir de suas respectivas fórmulas, o banco suíço UBS, o americano Goldman Sachs e o britânico Evolution Securities.
Inglaterra
O JP Morgan, por outro lado, acredita que a Inglaterra repetirá 1966 e, em uma final com a Espanha, será campeã do mundo.
"Enquanto nosso modelo aponta o Brasil como a seleção mais forte, devido às características dos cruzamentos, achamos que a Inglaterra será a vencedora", explica o banco.
O resultado chamou a atenção de Mark Thirlwell, antigo vice-presidente do JP Morgan e hoje diretor de economia internacional do australiano Instituto Lowy.
"Trata-se de um prognóstico corajoso. O que me impressionou é a previsão de que a Inglaterra ganhará as duas últimas partidas nos pênaltis", escreveu Thirlwell em seu blog.
Pênaltis
A Inglaterra é famosa por perder decisões nos pênaltis em Copas. Os alemães eliminaram os ingleses nas semifinais de 1990 assim e, após o jogo, o atacante Gary Lineker definiu o futebol como "um esporte em que jogam 11 contra 11 e no qual a Alemanha sempre vence".
O canal americano "ESPN" e o Centro de Informática da Noruega também prepararam modelos matemáticos para o Mundial, mas baseados só em fatores esportivos, como a avaliação do desempenho de cada jogador na defesa e no ataque.
Com base nisso, a "ESPN" dá como vencedor o Brasil, e os noruegueses a Espanha, seleções que lideram o ranking da Fifa.
As contas, no entanto, deixam de fora fatores muitas vezes importantes e difíceis de serem traduzidos em números, como inspiração, coragem, sorte e disposição, fundamentais no futebol.
Comentários