Percival briga com todos e se isola
O presidente regional do PPS, deputado Percival Muniz, vem "atirando" para todos os lados e acabou arrumando confusão com lideranças, grupos políticos e pré-candidatos majoritários, inclusive com os próprios aliados. Agora, se vê isolado. Com posições contraditórias, ele admite concorrer a qualquer cargo eletivo, mas já perdeu a oportunidade de vir a ser vice da chapa de Mauro Mendes (PSB) a governador, motivado justamente pelo perfil polêmico e, pelo visto, só restará ao ex-prefeito de Rondonópolis buscar a reeleição.
Percival, que já passou pelo PDT, PMDB, PSB e PSDB e hoje conduz o PPS em Mato Grosso, se envolveu em várias confusões. É daqueles que não tem papas na língua. Apresenta discurso que acaba perdendo a contundência por causa do seu histórico político. Nas eleições municipais de 2008, por exemplo, rompeu com Adilton Sachetti, que buscava a reeleição, e se transformou em cabo eleitoral do peemedebista Zé do Pátio. Depois, abandonou o palanque do hoje prefeito e, nos bastidores, se reaproximou de Sachetti, que foi derrotado.
O deputado foi um dos responsáveis pelas duas eleições de Blairo Maggi ao Paiaguás, em 2002 e 2006. No segundo mandato, porém, se distanciou da administração, principalmente após a esposa Ana Carla Muniz deixar a pasta da Educação. Na Assembleia, pediu desculpas publicamente após comparar seus colegas parlamentares, incluindo ele próprio, a Caititu, por entender que todos andavam como porco do mato, em bando e numa só direção, em alusão ao fato da Assembleia seguir orientação do governo e votar projetos sem questionamentos.
Mergulhado nas articulações visando às eleições gerais deste ano, Percival, em princípio, saiu em defesa do nome do senador Jayme Campos (DEM) para governador. Depois, passou a cortejar o ex-prefeito da Capital Wilson Santos (PSDB). Como Wilson insinuou, em discurso em Rondonópolis, que Percival, então vice-prefeito, teria "armado" contra o então titular Alberto de Carvalho para assumir a prefeitura, o deputado ficou na bronca e se distanciou do tucano. Passou, então, a motivar Mauro Mendes a entrar no páreo. Conseguiu convencê-lo a trocar o PR do ex-governador Maggi pelo PSB e se tornou opção para vice da chapa.
O problema é que a orientação do presidente nacional da legenda socialista, ex-senador Roberto Freire, é para o PPS se coligar com o PSDB, que tem Wilson como pré-candidato a governador e José Serra à Presidência. Percival partiu para o enfrentamento com Freire, mas recuou quando percebeu que poderia ser destituído do comando da sigla e ainda ter o projeto de reeleição comprometido.
Como a coligação Mato Grosso Muito Mais, como PSB, PPS, PDT e PV, encontra dificuldades para se viabilizar, inclusive devido a brigas internas entre o presidente do PSB Valtenir Pereira com Mendes, Percival agora dispara ataques ao governador Silval Barbosa (PMDB), que busca a reeleição. Acusa-o de comprar o PSB de Valtenir e de cometer abuso de poder político e econômico. A expectativa agora, nesta fase das convenções, e sobre quem Percival Muniz, com sua metralhadora giratória, vai escolher como "as próximas vítimas", enquanto as munições não acabam.
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