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Policia MT
Sábado - 12 de Junho de 2010 às 05:52
Por: Clarice Navarro Diório

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O advogado de Cáceres, Everaldo Batista Filgueira, foi preso na manhã de ontem por desacato a autoridade, depois de agredir verbalmente o juiz da 1ª Vara Criminal de Cáceres, Alex Nunes de Figueiredo, durante encontro que reuniu autoridades da Segurança Pública de diversos locais do Estado na cidade. Ele ainda passou mal, ao ser interrogado no Cisc local, e teve que ser levado para o hospital. O advogado acabou liberado.

O advogado invadiu o auditório da Unemat, onde acontecia o 2º Encontro de Fronteira, e agrediu verbalmente o juiz. A atitude pegou a todos de surpresa. O juiz foi chamado de “safado, sem vergonha, corrupto (dentre outros xingamentos)”. Segundo o irmão do juiz, o advogado Anderson Nunes de Figueiredo, o colega ainda disse “seu pai e seu irmão são traficantes”.

A reação do magistrado foi dar voz de prisão ao advogado. A ordem foi reforçada pelo secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Diógenes Curado, e cumprida pelo delegado Gustavo Garcia, do Grupo Especial de Fronteira (Gefron). Filgueira resistiu à prisão e saiu do local algemado.

A rixa entre o advogado e o juiz é antiga e teria começado quando o juiz Alex condenou o advogado Filgueira a nove anos de detenção por calúnia e falsidade ideológica. A denúncia, de 2003, se refere a um processo trabalhista em que o advogado teria prestado falsa declaração alterando a verdade para beneficiar seu cliente, e o fato gerou investigação por parte da Polícia Federal. O advogado recorreu da sentença em liberdade.

Ontem, o delegado Alex Cuyabano, coordenador do Cisc de Cáceres, afirmou que o advogado foi liberado porque o fato gerou um termo circunstanciado de menor potencial ofensivo, dispositivo em que o mérito cabe a um Juizado Especial de Pequenas Causas, mas pode virar processo, “pois existe a possibilidade de concurso material devido à soma de todos os delitos”. O advogado irá responder por crimes de injúria, difamação, desacato, resistência à prisão e invasão.

SENSACIONALISMO - O juiz Alex Figueiredo foi ouvido na tarde de ontem, mas não quis se manifestar sobre o assunto. Ele se limitou a falar sobre o encerramento do evento, que discutiu o tráfico de entorpecentes na região e no país. Ele lamentou o teor sensacionalista que alguns órgãos de imprensa deram às suas declarações. “Eu disse, sim, que o tráfico é um braço da economia local. Isso eu reafirmo e seria hipocrisia não reconhecer o fato. Disse que aqui há poucas empresas, que a pecuária é incipiente e que o serviço público é o maior gerador de emprego e renda. A dimensão dada às declarações foi demasiada”.

Segundo ele, o 2º Encontro de Fronteira produziu resultado satisfatório. “O governo federal se mostrou bastante preocupado com a situação, especialmente com a fragilidade das faixas de fronteira. No entanto, as ações devem acontecer a médio prazo, mas eu acredito que essa situação de caos será revertida”.

As deliberações finais do evento, que reuniu autoridades da área de segurança de 14 estados brasileiros e da Bolívia, aconteceram a portas fechadas.






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