Agora, a ONG Global Voices Online, cujo mote é a defesa da liberdade de expressão na internet, acusou o site de remover perfis de ativistas e usuários que criticavam regimes islâmicos.
De acordo com a organização, entre os usuários com perfiis apagados estão ateístas, ex-muçulmanos e refomistas do Islã, que postavam textos e atualizações de status sobre a religião constantemente.
A Global Voices Online diz ainda que um grupo (em idioma árabe) foi criado com propósito exclusivo de reportar ativistas para que o Facebook removesse os respectivos perfis.
A comunidade virtual --que aparentemente foi removida, segundo a entidade-- era intitulado "Facebook Pesticide" ("pesticida do Facebook", em tradução). Seu propósito: "identificar ateístas / agnósticos / antirreligiosos no mundo árabe e especificamente na Tunísia". Uma vez identificados, membros do grupo reportavam o perfil como violador de regras do Facebook.
Embora o Facebook não descreva como funciona o processo de denúncia sobre determinado usuário, a Global Voices suspeita que, quando muitos usuários reportam outro, o perfil seja automaticamente excluído. O usuário não é informado sobre a desabilitação do seu perfil, tampouco o seu porquê. E, diferentemente de outras mídias sociais, o site costuma não responder às solicitações de reativação de perfil, diz a ONG.
Numa das raras ocasiões em que houve resposta, o site pediu o escaneamento de um documento emitido pelo governo (carteira de habilitação, por exemplo) para reabilitação do perfil.
"Minhas recomendações? Antes de tudo, ofereçam transparência para os seus usuários. Sim, o Facebook é uma plataforma gratuita e privada, mas usuários esperam ser capazes de usá-la. É o seu direito criar qualquer termo de serviço que vocês queiram, mas sejam claros, consistentes e transparentes", aponta o autor da denúncia, Jillian York, em texto no site da organização.
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