Estados e municípios são obrigados a remanejar os estoques
Brasil sofre com baixo estoque de vacina contra raiva
O consumo médio mensal de vacina antirrábica no Brasil é de 120 mil doses. Além de ser usado em mordidas, o produto é aplicado em profissionais mais expostos à contaminação pelo vírus que provoca a doença, como veterinários. Em postos de Brasília, o produto - que não é o mesmo dado aos animais - é usado só nos casos em que não há possibilidade de se observar o animal agressor. No Rio Grande do Sul, a aplicação também ficou mais rígida.
O Ministério da Saúde não informa quanto tempo a vacina vai durar no país nem em que locais o problema é mais grave. Mas, em entrevista por e-mail, a pasta admitiu que, na data da última entrega do produto, 28 de outubro de 2009, o estoque seria suficiente para aproximadamente seis meses - prazo que já terminou. Os Estados e municípios estão trabalhando com os estoques remanescentes.
O governo e o fabricante da vacina apresentam versões conflitantes sobre as causas da interrupção do abastecimento. O ministério informa também que negociações para contrato neste ano tiveram de ser suspensas por causa de dívidas do Butantan com outros órgãos públicos. Já o presidente da Fundação Butantã, José da Silva Guedes, faz um relato diverso. Guedes conta que, no início deste ano, o instituto encaminhou ao ministério uma carta com a descrição dos produtos disponíveis para este ano, mas não houve resposta.
Ele admite que, a partir de abril, houve atraso na prestação de contas, resolvido há poucos dias.
– Mas, entre janeiro e abril, não havia nenhum impedimento para assinatura de contratos. Mesmo assim, não fomos procurados.
Guedes conta que, somente em maio, o Butantan recebeu um e-mail do Ministério da Saúde, solicitando, em caráter de urgência, 2,3 milhões de doses de vacina antirrábica.
– Assim que o pedido foi feito, providenciamos a compra com o laboratório Sanofi.
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