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MT Eleições 2014
Sexta - 11 de Junho de 2010 às 08:35
Por: Romilson Dourado

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O ex-prefeito de Cuiabá, tucano Wilson Santos, aposta numa dobradinha com o presidenciável José Serra, do mesmo PSDB, como um peso fundamental para vir a subir nas pesquisas na corrida ao governo estadual. O tucanato entende que, mesmo chegando às convenções em desvantagem, Wilson conseguirá ultrapassar o governador Silval Barbosa (PMDB), que passou a liderar as intenções de voto. Nessa busca de aliados de "peso", entram também os ex-governadores e ex-adversários do próprio Wilson, irmãos Júlio e Jayme Campos, caciques do DEM, que fechou composição com PSDB e PTB para reforçar o bloco de oposição.

Apesar de parte dos filiados do DEM (ex-PFL) apresentar resistência à ideia de apoio ao tucano, os irmãos vêm se esforçando para convergir todo partido para a unidade. Jayme recuou da disputa ao Paiaguás e levou o seu partido a fechar com Wilson, seguindo orientação nacional, já que tucanos e democratas são aliados há mais de uma década. Após ocupar cargos de prefeito de Várzea Grande, de governador, de deputado federal e de senador e de conselheiro do TCE, e amargar duas derrotas (para governador, em 98, e a prefeito, em 2008), Júlio Campos busca agora cadeira à Câmara Federal. Publicamente, ele se coloca como cabo eleitoral de Wilson. Nos bastidores, porém, não demonstra tanto esforço pela eleição do tucano.

O bloco acredita que, a partir das convenções deste mês, quando a campanha começa para valer, Wilson deve melhorar seu desempenho nas amostragens sobre intenção de voto. Possui discurso forte de oposição, vai combater o governo Blairo Maggi, que teve sequência com Silval, explorando escândalos como os indícios de superfaturamento na compra de maquinário e prisões de assessores do Paiaguás por causa de crimes ambientais. Além disso, Wilson domina bem os debates. Quer trazer para a campanha o ex-governador José Serra ao menos duas vezes. Essa estratégia que está sendo costurada com a cúpula nacional visa consolidar o presidenciável no Estado, já que foi bem votado em sua primeira tentativa ao Planalto, em 2002, quando superou o petista Lula junto aos mato-grossenses, e também para tentar alavancar o nome de Wilson.

Por outro lado, a maior preocupação do grupo é combater o desgaste dos cinco anos e três meses de mandato como prefeito da Capital devido a uma série de problemas enfrentados, principalmente quanto a obras inacabadas e os projetos do PAC que ficaram empacados. Também está tirando o sono da oposição o fato de alguns prefeitos que servem de cabos eleitorais em cidades-pólos conviver com alto índice de rejeição, como Zé do Pátio (PMDB), em Rondonópolis, e Túlio Fontes (DEM), em Cáceres. Com isso, somam pouco eleitoralmente ou, às vezes, contribuem até para tirar votos que seriam creditados ao tucano.

De todo modo, a tendência é do eleitorado mato-grossense experimentar eleição de dois turnos, pela primeira vez, principalmente se o empresário Mauro Mendes (PSB) mantiver o projeto majoritário até o fim. Ele enfrenta brigas internas e encontra obstáculos para consolidar a coligação Mato Grosso Muito Mais, hoje com PSB, PDT, PPS e PV. Enquanto isso, Silval e Wilson polarizam a pré-campanha.





Fonte: RD News

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