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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sexta - 11 de Junho de 2010 às 07:57
Por: Carolina Holland

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CRM
Unidades recentemente relatadas são PSMVG, onde pacientes ficam pelo chão ou em bancos, e PA e Regional de Cáceres
Unidades recentemente relatadas são PSMVG, onde pacientes ficam pelo chão ou em bancos, e PA e Regional de Cáceres

A assistência à saúde do Estado está aquém das condições básicas de atendimento. A avaliação é do presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM), Arlan de Azevedo Ferreira, após nova vistoria da entidade em hospitais e pronto-socorros públicos. Entre os municípios que tiveram suas unidades de saúde fiscalizadas estão Várzea Grande e Cáceres. O presidente do CRM defende que o Poder Judiciário seja acionado para que a situação se resolva, “pois o Legislativo e o Executivo não se sensibilizam com a situação desumana da Saúde”.

A vistoria no Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande foi feita no dia 30 de maio, nos setores de emergência, enfermarias de clínica médica, ortopedia, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, centro cirúrgico, sala de parto e pré-parto, UTI Pediátrica, Neo-natal e UTI Adulto.

O relatório aponta que o local não tem estrutura para atender os pacientes, que ficam espalhados em macas e colchões – no chão - nos corredores do hospital.

“Uma situação gravíssima que presenciamos foi de um paciente que tinha sido operado três dias antes e ainda estava em uma maca no centro cirúrgico. O paciente precisa de um lugar adequado para se recuperar”, disse Ferreira. “O risco de uma infecção hospitalar em situações como essa é imenso”.

Também foram apontadas na vistoria falta de agilidade no atendimento aos pacientes, salas sem climatização e banheiros, principalmente das enfermarias, insuficientes e sujos. A situação é mais grave porque os outros pacientes ficam impossibilitados de ser transferidos, pois outros hospitais da cidade não têm condições de recebê-los.

A Secretaria de Saúde de Várzea Grande, por meio da assessoria de imprensa, informou que o hospital, devido ao surto de dengue ocorrido no município, greve dos médicos e reforma do Pronto-Socorro de Cuiabá, teve que lidar com um aumento brusco no número de atendimentos. A assessoria também informou que o PS atende pessoas de mais de 50 municípios, incluindo a capital do Estado, e que a unidade trabalha além da própria capacidade física e financeira.

“Se atendêssemos apenas pacientes de Várzea Grande, com certeza a situação seria diferente, mas o fato é que o PS é o único que está com as portas abertas a todas as pessoas 24 horas por dia”, declarou o assessor Paulo Sá.

No Pronto-atendimento de Cáceres, cuja fiscalização foi feita no dia 12 de maio, mais irregularidades. “O local não tem condições de atender pacientes em estado grave. Se uma pessoa chega até o PA com suspeita de infarto, por exemplo, tem que ser transportado até o Hospital Regional”, explicou o presidente do CRM.

Os médicos do hospital, contratados por meio da Oscip Creatio, estariam sem receber salários, pelo fato de a entidade ser uma das investigadas na Operação Hygeia, da Polícia Federal. Os profissionais também teriam feito um pedido de demissão em massa à direção da unidade.

No Hospital Regional de Cáceres, vistoriado no dia 3 de junho, a situação também é ruim para os pacientes. Dentre outras irregularidades, a fiscalização aponta para a falta de profissionais especializados para trabalhar na unidade hospitalar, como neurocirurgiões, e falta de UTI Pediátrica. Na UTI Neonatal falta banco de leite e, ainda, há infiltração e sinais de mofo na entrada, colocando os pacientes em risco. A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde informou que a Pasta está providenciando a colocação de profissionais no hospital e que uma das ações do Programa de Ação da Saúde será a construção de leitos de UTI Pediátrica no local.






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