Candidatura de Marina mira classe média politizada, diz Sirkis

Na cerimônia em que se aprovou a candidatura majoritária de Marina Silva e Guilherme Leal à presidência e vice-presidência da República, nesta quinta-feira (10), o presidente do PV no Rio e candidato a deputado federal, Alfredo Sirkis, afirmou que o eleitorado de Marina está focado na "classe média politizada e iluminista, interessada na campanha eleitoral, nos jovens de 16 a 25 anos e nas mulheres pobres do Brasil". De acordo com ele, esse é o eleitorado que mais se identificariam com a trajetória da acriana. "Não haverá vitória se não houver vitória na juventude", disse Sirkis.

O momento protocolar da convenção nacional do PV, no espaço Brasil 21, em Brasília, foi marcado também por um coro, em que os filiados verdes entoaram: "Brasil urgente, Marina presidente". Além da aprovação das candidaturas, o partido fixou o limite de gastos para a campanha em R$ 90 milhões e Sirkis lembrou a importância das candidaturas próprias definidas recentemente em Estados como Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Sergipe.

Sirkis ressaltou ainda que a sociedade brasileira "não está ligada no processo eleitoral" e que o PV tem o desafio de crescer o máximo com uma candidatura sem dinheiro "para enfrentar duas máquinas poderosíssimas", ao se referir ao PT e ao PSDB.

Ainda na parte da manhã, Paulo Sandroni, economista da FGV responsável pela elaboração do plano de governo da candidata verde, explicou que a luta de Marina é avançar rumo a um Brasil de economia de baixo carbono, com iguais oportunidades e livre de desigualdades. "Isso é fácil de colocar no papel e difícil levar à prática, pois há forças que se opõem. (...) Essas diretrizes gerais passam pelo jeito novo de fazer política", avaliou Sandroni.

O economista ressaltou ainda que o plano de governo parte do País na atualidade. "Reconhece em primeiro lugar o Brasil que temos, com avanços como a estabilidade econômica, o aprofundamento das liberdades democráticas... e redução da pobreza", disse. Ele defendeu ainda planejamento baseado em uma economia sustentável. "Mesmo que implique na demora de realização de alguns projetos", completou. Dentre os pontos do plano de governo estão à manutenção da estrutura de sustentação da política macroeconômica vigente, como metas de inflação, responsabilidade fiscal e câmbio flutuante.

Divergências

Em seu discurso, Sirkis também tentou relevar as divergências entre as convicções de Marina e diretrizes do partido, em temas como casamento gay e aborto. Ele ressaltou o caráter laico do partido e ressaltou: "Nenhuma forma de intolerância pode ser aceita no Partido Verde".