No levantamento feito entre os dias 13 e 18 de maio deste ano, 34% dos entrevistados optaram por avaliar a educação pública como ótima ou boa --ante 25% em 2006. Além disso, mais gente acha agora que o ensino público está melhorando --61% neste ano contra 52% quatro anos atrás.

Mesmo com essa melhora na percepção, o ensino básico ainda recebe conceitos piores do que a educação superior pública, que é vista como ótima ou boa por 45% dos entrevistados --percentual que caiu em relação a 2008, quando era de 55%.

A pesquisa pretende retratar o universo de eleitores do país, por isso foram entrevistadas 2.002 pessoas com 16 anos ou mais.

Em relação ao grau de satisfação com a atuação do governo Lula, todos os níveis de educação receberam avaliação abaixo da média na comparação com outras áreas (como gestão da economia e infraestrutura).

O movimento Todos pela Educação é formado principalmente por empresários e tem como objetivo alcançar cinco metas de qualidade na educação até 2022 --como a que determina que toda criança e todo jovem de 4 a 17 anos esteja na escola.

Para Priscila Cruz, diretora-executiva do movimento, a pesquisa trouxe como surpresa positiva o fato de a educação ser colocada pela população como uma das áreas mais problemáticas do país, no terceiro lugar --o primeiro é ocupado pela saúde.

Em 2006, o percentual de entrevistados que achavam que a educação deveria merecer especial atenção do presidente a ser eleito era de 15%. Neste ano, o total subiu para 28%.

Priscila diz que os dados das pesquisas serão apresentados aos candidatos à Presidência, em encontros organizados pelo movimento entre junho e julho.

Pontos fracos e fortes

A segurança nas escolas e o salário dos professores foram apontados como os principais pontos fracos da educação no país.

Em ambos os casos, 46% dos entrevistados escolheram esses problemas como mais graves. Já entre os pontos mais fortes, foram citados a merenda (com 29% das respostas), o número de escolas/vagas e o material didático (ambos com 25%).

Em geral, entrevistados com renda mais alta tendem a ser mais críticos em suas avaliações e as preocupações podem ser diferentes.

No entanto, o quesito segurança nas escolas foi citado como problemático por praticamente a mesma proporção de entrevistados nas classes A/B (46%), C (47%) e D/E (45%). O mesmo ocorre em relação ao salário dos professores.

Na opinião da diretora-executiva do movimento Todos Pela Educação, o fato de esses dois temas estarem constantemente nos noticiários influencia a percepção da população, que passa a ter uma avaliação mais negativa.