O ex-ministro Patrus Ananias disse na noite de ontem que não é o "salvador da pátria" da aliança pró-Dilma Rousseff em Minas Gerais e que não tem responsabilidade acerca da situação criada no Estado. Patrus, porém, não fecha as portas para ser candidato a vice-governador na aliança. Diz ter até o final do mês para decidir.

O PT mineiro foi impedido de ter candidato próprio ao governo de Minas pelo PT nacional, que impôs à sigla mineira o apoio ao senador Hélio Costa, em nome da aliança nacional com o PMDB. O ex-prefeito Fernando Pimentel, que era o nome petista colocado, concorrerá ao Senado.

Essa situação pode afastar a militância petista da disputa, mas para evitar essa defecção importante na aliança, o PT nacional e o PMDB tentam agora escalar Patrus para ser vice chapa, já que se trata de uma liderança importante do PT mineiro que rivaliza internamente com Pimentel desde 2008.

Patrus disse, porém, que a situação atual não foi criada por ele, mas que vai ajudar encontrar os caminhos, mas não necessariamente sendo vice.

"Estou pronto para contribuir, especialmente no campo do programa. Precisamos apresentar ao povo de Minas um projeto de desenvolvimento integrado para o Estado, mas sem nenhuma responsabilidade de ser o salvador da pátria, porque não sou responsável por essa situação e pretendo contribuir como um cidadão no exercício dos seus direitos e deveres", afirmou.

E acrescentou, dizendo que os apelos que receber também serão considerados: "É claro que temos um tempo ainda para resolver, até o final do mês de junho. Nesse período, eu estarei pensando, refletindo e atento aos sinais dos tempos, aos apelos que emergem da realidade".

O ex-ministro afirma, contudo, que essa conversa deve se dar sempre em cima de um programa e que devem ser mantidos os seus "compromissos vivos com o PT" e com os seus "ideais de desenvolvimento que incluam os pobres, os trabalhadores, a infância e a juventude".

"Continuo comprometido com todos esses valores e princípios que deram sentido à minha vida, mas, como eu disse, posso também exercê-los fora de um mandato", disse.