Segundo a Polícia Civil, o pescador teria tido os sete filhos com a filha do primeiro casamento, que hoje tem 28 anos. Ainda de acordo com a investigação, a prisão dele aconteceu logo após a tentativa de manter relações sexuais com uma das crianças, de aproximadamente 6 anos. Exames preliminares feitos por um legista indicaram que há lesões no órgão genital da crianças, mas a análise ainda não permite afirmar que houve conjunção carnal.
Polícia encontrou apenas milho como alimentação
das crianças (Foto: Divulgação/Polícia Civil do Maranhão)
Todas as crianças e a mãe delas passaram as duas últimas noites em um alojamento improvisado no Conselho Tutelar de Pinheiro, pois a cidade não tem abrigo específico para crianças. "Apesar disso e da situação a que eram submetidas, as crianças mostram mais felicidade, estão mais alegres e dispostas. Elas fizeram exames de urina e de fezes e um hemograma, além de apoio psicológico. A mãe fez os mesmos exames e está recebendo acompanhamento ginecológico e de assistentes sociais", disse o conselheiro José Ribamar Brito.
Ele participou da operação policial montada para localizar a casa onde o pescador mantinha a filha (e atual mulher) em cárcere privado e as crianças em ambiente de total falta de higiene e em condições precárias. Segundo Ribamar, elas receberam mudas de roupas, já que viviam praticamente nuas, e alguns brinquedos. A criança mais nova teria 12 anos e, a mais nova, 2 meses.
Investigação
O caso foi descoberto após denúncia anônima feita durante uma passeata contra a pedofilia, na capital maranhense, há 15 dias. O pescador e a filha moravam em uma casa de dois cômodos, feita de barro e pedaços de madeira, coberta de palha e de chão batido. O imóvel fica no povoado de Experimento, uma região afastada do Centro de Pinheiro, a mais de 300 quilômetros de São Luís. Os policiais precisaram usar canoas para chegar ao local.
Segundo o delegado Jair Lima de Paiva Júnior, superintendente da Polícia Civil do Interior do Maranhão, nenhum dos sete filhos do pescador com a filha foi registrado em cartório ou tem documento de identidade. "A mãe é analfabeta, assim como a mãe delas".
De acordo com Ribamar, apenas uma das crianças nasceu em um hospital e três delas não tiveram seus respectivos nascimentos registrados. "Providenciamos a certidão de nascimento destas três crianças nesta quarta-feira."
Crianças viviam em ambiente sem higiene em
Pinheiro (Foto: Divulgação/Polícia Civil do Maranhão)
Prisão
O pescador está detido na carceragem da Delegacia de Pinheiro, em cela separada dos demais, onde deve permanecer até a conclusão do inquérito policial, presidido pela delegada Adriana Meireles. "Inicialmente, ele será indiciados pelos crimes de estupro de vulnerável, abandono material, abandono intelectual, maus-tratos e cárcere privado", disse Júnior.
A promotoria da Infância e da Juventude de Pinheiro foi informada sobre o caso. A primeira mulher do pescador, mãe da jovem, também foi ouvida pela delegada sobre o caso. "Ela nos informou que não tinha conhecimento da situação de sua filha com o pescador. Hoje, ela mora em São Luís com outro marido e filhos", afirmou o delegado.
Comentários