Nesta quinta, PV oficializa Marina; PRTB e PSL também fazem convenções. No fim de semana, PSDB confirma Serra e PT homologa Dilma.
Candidatura de Marina será oficializada hoje
A temporada de convenções partidárias para oficializar os candidatos à Presidência da República e definir as coligações nacionais começa nesta quinta-feira (10) com pendências sobre alianças e composição das chapas.
Às vesperas da convenção, marcada para sábado (12), o PSDB e seus aliados, por exemplo, ainda não definiram quem será o vice de José Serra. Outros partidos menores também ainda não definiram quem serão os vices. Além disso, PT e PSDB disputam o apoio de PP e PSC, que ainda não se decidiram, segundo seus líderes. Quanto maior o número de aliados, maior o tempo de televisão das chapas no horário eleitoral gratuito.
Três partidos fazem convenções nesta quinta, primeiro dia permitido pela lei eleitoral para as definições: o PV vai oficializar a candidatura de Marina Silva e a do empresário Guilherme Leal como vice; o PRTB vai confirmar a candidatura de Levy Fidelix; e o PSL vai homologar o nome de Américo de Souza.
A legislação autoriza que os partidos se reúnam para confirmar seus candidatos ou oficializar apoio a outras legendas entre 10 e 30 de junho. A partir da convenção partidária, o pleiteante passa do status de pré-candidato para candidato da legenda. A candidatura se confirma somente após o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE); o prazo para todas as legendas enviarem o pedido de registro é 5 de julho.
Na convenção do PV, marcada para ocorrer em Brasília durante esta quinta, 160 convencionais votam para homologar a candidatura de Marina. Entre os votantes estão integrantes do diretório nacional, presidentes dos diretórios estaduais, deputados federais e a própria Marina Silva, que é a única representante do partido no Senado.
Participam da convenção do PV o filósofo Leonardo Boff, ligado a Igreja Católica e o poeta amazonense Thiago de Mello, ambos defensores do movimento ambiental que apoiaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em eleições passadas. O ex-ministro da Cultura Gilberto Gil e a cantora Adriana Calcanhoto foram convidados mas não confirmaram presença.
Vices
O PRTB faz convenção nesta quinta, também em Brasília, para homologar Levy Fidelix sem ter confirmação do vice. "O vice não está definido. Estamos conversando com o PTC para que eles indiquem um vice", afirmou Fidelix ao G1. O PHS também ainda não sabe quem será o vice de Oscar Silva, que terá a candidatura homologada neste domingo (13).
O PSDB de José Serra, que divide com Dilma Rousseff (PT) a liderança nas pesquisas de intenção de voto, deverá resolver o impasse sobre o vice somente após a convenção do próximo sábado (12).
O líder tucano na Câmara dos Deputados, João Almeida, destaca que é possível, porém, que a definição sobre o vice ocorra rapidamente. "O registro da candidatura é dia 5 de julho, o prazo legal para as convenções é entre 10 e 30 de junho. Estamos fazendo a convenção nos primeiros dias, mas é sabido que no meio político as coisas se resolvem na última hora. Acho que até a convenção ainda pode haver uma solução", afirmou.
Segundo Almeida, apesar das especulações em torno do nome dos também tucanos Aécio Neves, governador mineiro, e do senador Tasso Jereissati (CE), além do presidente do PP, o senador Francisco Dornelles, é possível sair um "nome de fora". Ele não quis dizer, porém, quem seria essa opção.
Alianças
Além da indefinição sobre o vice, o PSDB também ainda corre atrás de confirmar aliados. A principal pendência é em relação a quem PSC e PP vão apoiar. Ao G1, tanto PP quanto PSC se disseram mais propensos a apoiar Serra.
O líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida, destacou que os entendimentos com PP e PSC estão avançados. "Em aliança que está só anunciada pode ainda haver modificação. Mas os entendimentos estão avançados e acredito que vão prevalecer. Sobre PSC, não tem informações tão recentes, mas o entendimento andava em um caminho sem volta. No PP o partido está investindo todas as energias. Para ter o maior número de aliados possível", destaca Almeida.
O secretário de organização do PT nacional, Paulo Frateschi, afirmou que a legenda vai brigar "até o último minuto" pelo apoio de PSC e PP à candidatura de Dilma Rousseff. "Vamos até o último minuto e se tiver prorrogação vamos também. Hoje o foco são esses dois. (...) O PP tem ministérios, presença em todos os estados, candidaturas, vamos insistir e fazer tudo o que for possível para que eles façam parte da aliança."
Na Justiça
Outra indefinição ocorre no PMDB, que não decidiu se levará para a convenção, no próximo sábado (12), a opção da candidatura própria do ex-governador do Paraná Roberto Requião - o nome foi lançado por uma ala do partido que critica a aliança com o PT. O PMDB já havia indicado o presidente do partido, Michel Temer, para vice de Dilma.
No dia 2 de junho, o senador do PMDB gaúcho Pedro Simon registrou no diretório nacional do partido o nome do ex-governador do Paraná, mas no dia 4 o edital de convocação para a convenção não constava a opção da candidatura própria, apenas a homologação de Temer como vice. Uma decisão deve ser tomada nesta quinta, segundo a Executiva nacional, mas Simon já adiantou que pode ir à Justiça para que a candidatura de Requião seja votada na convenção.
Ausência
A convenção do PSDB para oficializar a candidatura de Serra não terá a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, segundo sua assessoria, está em viagem pela Europa por conta de compromissos acadêmicos e políticos. Entre as atividades está, segundo a assessoria, um encontro com o rei espanhol Juan Carlos, em Madrid.
Almeida diz que FHC "faz falta", mas afirmou que não se pode dar espaço para "especulações". "Isso (a ausência) levantaria suspeita não fosse o Fernando Henrique quem é. Ninguém tem dúvida de que o nosso presidente se empenhará com todas as forças na eleição."
O presidente Lula deverá participar da convenção petista para homologar o nome de Dilma.
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