Ivone cita outros episódios de negociação de sentenças
O depoimento de Ivone Reis de Siqueira revela também outros casos em que teria atuado e nomes de pessoas supostamente envolvidas em negociações de decisões judiciais.
Conforme relatou, ela possui contato com o desembargador Carlos Alberto da Rocha e vai à sua casa “quando tem algum processo”. Ao se referir ao esposo da investigada Célia Cury, Ivone afirmou que “o desembargador José Tadeu Cury é muito sério”. De acordo com ela, “quando Célia precisava negociar processo que está com seu marido ela o faz via Jarbas, que os redige como ela pede”. Jarbas Rodrigues do Nascimento foi assessor de José Tadeu Cury no Tribunal de Justiça.
Ivone Reis revela conhecer também filhos de desembargadores que também frequentavam sua residência, citada pela Polícia Federal como “muito movimentada”.
Ela disse que levou diversos processos a Maísa Ornellas de Almeida para tentar “possível acerto de decisão”. “(...) entretanto, nenhuma dessas negociações deu certo”, disse Ivone na oitiva. Maísa não foi encontrada pela reportagem para comentar o caso.
Ela acusa Fernando Ojeda de ter dividido com ela a quantia de R$ 50 mil por uma decisão judicial. Fernando Ojeda contesta a informação e promete uma ação contra Ivone.
Ivone Reis Siqueira também citou em seu depoimento que não conhece o presidente afastado do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Evandro Stábile. Entretanto, disse ter conhecimento de que “Célia Cury é sua amiga íntima e que várias pessoas comentaram que Stábile vende sentença”. Cita também que tentou intermediação com o ex-juiz eleitoral Renato Vianna.
Além do caso intermediado pelo advogado Max Weyzer, Ivone conta que, ao lado de Célia Cury, tentou viabilizar junto ao juiz Círio Miotto habeas corpus para um preso por uso de documento falso em troca de U$ 30 mil.
Outros valores citados em interceptações seriam, segundo Ivone, “relativos a uma negociação que não se concretizou da soltura de três traficantes presos em Rondonópolis”.
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