Depois dos desentendimentos com membros de seu próprio partido, empresário se vê agora às voltas com descontentamento de forte aliado
Pré-candidatos do PDT querem deixar Mauro Mendes e apoiar Silval Barbosa
Depois do imbróglio do PSB, surge agora uma nova ameaça à candidatura do empresário Mauro Mendes ao governo do Estado. Pré-candidatos ao cargo de deputado estadual do PDT protagonizam, junto à direção estadual do partido, nova celeuma em torno do apoio ou não à majoritária do PSB.
Ensaiando um racha, eles questionam a viabilidade de suas candidaturas em razão de fraca densidade eleitoral do palanque que compõe o “Movimento Mato Grosso Muito Mais”, encabeçado por Mendes. Postulantes acusam ainda o líder do movimento de fazer “política de cardeais”.
O presidente do PDT, deputado estadual Otaviano Pivetta, que defende a aliança com o PSB, se reuniu na manhã de ontem, em seu gabinete, com grupo de postulantes à Assembleia Legislativa. Ele ouviu queixas sobre o cenário pouco animador do atual bloco em relação à estrutura financeira de campanha.
As discussões foram coordenadas pelo vereador Toninho de Souza (PDT). Também participaram do encontro os pré-candidatos Sávio Carvalho e Antônio Galvão. Existe sinalização do grupo de estreitamento de laços com a chapa encabeçada pelo governador Silval Barbosa, tendo entre as justificativas o receio de que o projeto do PSB possa não decolar.
A crise instalada no PSB é o principal argumento dos postulantes para uma reanálise do apoio ao empresário. Segundo Toninho, existe uma grande preocupação em relação à manutenção da candidatura de Mauro Mendes.
“Estamos preocupados com a possibilidade desse projeto naufragar e o PDT ficar sem rumo”, explicou. O parlamentar ressaltou que o respaldo do partido à majoritária liderada por Mauro nunca foi questionado. No entanto, apontou um novo momento, em que parte do PSB uma instabilidade em relação à viabilização da proposta.
Toninho afirmou ainda que Mauro “cometeu um erro estratégico porque faz política de cardeais”. “Ele discute com líderes partidários, mas quem vai encarar as ruas são os pré-candidatos”, cutucou.
O vereador reclamou ainda da falta de acesso ao líder de majoritária. Segundo ele, dificilmente o empresário abre sua agenda para dialogar com as bases do partido e com os postulantes – seus principais cabos eleitorais.
Ele admitiu ainda sua preocupação particular com a falta de estrutura de campanha. Outro ponto abordado na reunião foi em relação à atual formação das chapas proporcionais. Os pré-candidatos questionam o possível resultado do modelo que aponta para aliança, na disputa à Assembleia Legislativa, entre o PDT e o PPS. Em outra frente surgiriam o PSB e o PV. De acordo com Toninho, a formação de um chapão pode assegurar melhores chances de eleição de representantes à Casa de Leis. Segundo ele, Pivetta garantiu que o bloco continua coeso e que o PDT não sairá prejudicado do processo – mencionando inclusive a possibilidade de ter carta na manga, através de um plano “B” – não-revelado.
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