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Nacional
Quinta - 10 de Junho de 2010 às 01:54
Por: Camila de Oliveira/Letícia Cas

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Estudo mostra que meninos consomem mais maconha e cocaína, enquanto as garotas preferem estimulantes e calmantes
Estudo mostra que meninos consomem mais maconha e cocaína, enquanto as garotas preferem estimulantes e calmantes
Uma pesquisa do Cebrid (Centro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) divulgada nesta semana mostra que os adolescentes das escolas particulares de São Paulo começam a fumar maconha a partir dos 14 anos e meio. Mais de 10,7% dos entrevistados disseram ter fumado a droga alguma vez na vida.

A iniciação no álcool e no cigarro é feita ainda mais cedo: os jovens começam aos 12 e 13 anos de idade em cada droga, respectivamente.

Os dados foram coletados em 37 escolas, com a participação de 5.226 alunos. Desses, 2.691 são do ensino médio e 2.535, do ensino fundamental. Estudantes de ambos os sexos foram consultados, sendo 50,3% do masculino e 49,7% do feminino.

Eles fumam mais maconha do que elas: enquanto cerca de 5% dos meninos o fez no mês anterior à pesquisa, a proporção de meninas foi a metade, diz o estudo.

- Os garotos apresentaram maior risco para consumo de maconha, cocaína e inalantes. As meninas, para consumo de ETAs (estimulantes tipo anfetaminas) e calmantes.

E o “risco acumulado”, ou seja, o maior momento de exposição, também acontece mais cedo para os garotos. Eles experimentam com 14 anos, e elas com 15.

Adolescentes, baladeiros e ricos

A frequência de saídas noturnas está associada ao consumo de maconha. Aqueles que saíram quase todas as noites apresentaram oito vezes mais possibilidade de haver fumado a erva do que os que não saíram. Para Ana Regina Noto, coordenadora da pesquisa, os pais devem prestar atenção no comportamento dos filhos.

- Estar atento aos limites é importante. Um adolescente que têm saídas noturnas frequentes e sem supervisão de adultos fica mais vulnerável à embriaguez e assim, ao uso de drogas, por exemplo. Ele está em fase de formação de opinião e conhecimento da sexualidade, e tem que saber que existem outras formas de diversão, com menos riscos à saúde.

Quem estuda em escola mais cara, com mensalidade maior que R$ 1.200, tem três vezes mais chance de haver fumado maconha do que em colégios baratos, com cobrança de até R$ 400.

Pesquisa da Unifesp em escolas particulares de São Paulo

Série Alunos %   Período Alunos %
 8º ano 1297 23,30%   manhã 4842 95,40%
 9º ano 1238 22,30%   tarde 384 4,60%
 1º ano 963 20,80%   Total 5226 100%
 2º ano 971 18,30%    
 3º ano 757 15,30%  
Total 5226 100,00%  

Cigarro e álcool

A pesquisa do Cebrid traz outros dados alarmantes. Pelo menos 80% dos entrevistados admitiram ter bebido pelo menos uma vez na vida, e 33% já se embriagaram. O álcool é, sem dúvida, a droga mais usada entre os jovens das escolas particulares paulistanas.

A coordenadora Ana ressalta que a educação começa dentro de casa.

 

- O fato de o pai de se embriagar aumenta a chance do filho beber também; o fato do pai fumar tabaco aumenta a chance de o filho consumir cigarro. A família funciona como molde, [como] exemplo ao adolescente.

O tabaco apareceu como a segunda droga mais popular, e as garotas se mostraram mais adeptas do cigarro: 25% das meninas fumaram um cigarro pelo menos uma vez na vida, enquanto 23% dos meninos já o fizeram alguma vez.

E, quanto mais velhos, mais fumantes. Entre os alunos do ensino médio, 32,9% disseram ter experimentado o tabaco – muito mais do que os 14,8% dos alunos de ensino fundamental. Por consequência, os fumantes regulares (aqueles que fumam pelo menos 19 dias no mês) eram 4% dos estudantes de ensino médio, contra menos de 1% do pessoal entrevistado no ensino fundamental. (Camila de Oliveira e Letícia Casado)





Fonte: Do R7

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