O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegurou nesta quarta-feira que o crescimento recorde da economia no primeiro trimestre do ano tem que ser comemorado, mas com cuidado, para evitar que gere problemas, como um possível aumento da inflação.

Lula disse que está disposto a fazer "qualquer coisa" para impedir o retorno da inflação ao Brasil e evitar que uma alta dos preços possa estragar o "momento excepcional" vivido pela economia brasileira.

O presidente admitiu inclusive que, para evitar a inflação, poderia adotar medidas impopulares, em plena época de campanha para as eleições presidenciais de outubro.

"Não permitirei que o processo eleitoral prejudique o que está ocorrendo no Brasil. [...] Vamos manter a estabilidade econômica. Estou disposto a controlar a inflação, [...] farei qualquer coisa para que a inflação não volte", disse.

PIB

"Trata-se de algo muito importante [o crescimento da economia], mas temos que tratar isso com muita humildade e não sair por aí tocando tambores, mas seguir trabalhando com seriedade", afirmou Lula, em discurso pronunciado em um ato público em Natal.

O governo informou ontem que o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu 9% no primeiro trimestre em comparação com os três primeiros meses do ano passado, em sua maior expansão para o período nos últimos 16 anos.

O ministro da Fazenda Guido Mantega reconheceu que para os próximos meses é esperada uma desaceleração devido à incapacidade do Brasil de seguir crescendo a um "ritmo chinês".

Segundo Mantega, o mais provável é que o Brasil feche o ano com um crescimento de entre 6% e 6,5%, enquanto analistas consideram que a forte expansão da economia pode pressionar a inflação, já que a capacidade produtiva do país não terá condições de atender a essa crescente demanda.