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Quarta - 09 de Junho de 2010 às 08:29
Por: Marcos Lemos

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Decisão para entregar nomes de envolvidos ocorreu na Procuradoria da República, mas falta homologação da ministra Nancy
Decisão para entregar nomes de envolvidos ocorreu na Procuradoria da República, mas falta homologação da ministra Nancy

Os lobistas Ivone Reis Siqueira e Max Weizer negociaram com o Ministério Público Federal e com o Superior Tribunal Justiça (STJ) para fazer parte do benefício da delação premiada e falar tudo o que sabem sobre o esquema de venda de sentenças no Judiciário de Mato Grosso.

Ambos aparecem no inquérito da Polícia Federal, ao qual A Gazeta teve acesso, como lobistas nas negociações de sentenças em benefícios de réus em diversos processos.

Segundo fontes que participaram da reunião ocorrida na Procuradoria da República, o acordo aconteceu no decorrer da semana passada e ainda necessita ser homologado pela ministra Nancy Andrighi (STJ).

Por estar em segredo de Justiça, as assessorias de imprensa da Procuradoria da República e do Superior Tribunal de Justiça em Brasília se negaram a prestar esclarecimentos, mas também não negaram a possibilidade da delação premiada.

Caso a delação seja aceita pela ministra Nancy Andrighi, tanto Ivone Reis Siqueira quanto o advogado Max Weizer - que faziam a interlocução com advogados e clientes em busca das decisões favoráveis na Justiça - passarão para as autoridades policiais nomes de advogados e magistrados e como os esquemas eram planejados e concretizados. Ao final das investigações não está descartada a emissão de pedidos de prisão ou afastamento de magistrados.

Nos relatos descritos para A Gazeta, Ivone Siqueira e Max Weizer se dispuseram a contribuir com as autoridades judiciais e no aprofundamento das investigações que tem sido norteadas pelas gravações descritas e que fazem parte do inquérito da polícia federal conduzido pelo STJ.

A ministra é a relatora dos processos que investigam autoridades judiciais (desembargadores e juízes da ativa ou aposentados) que têm foro privilegiado, advogados e lobistas e que pela extensão das gravações autorizadas e realizadas através de escutas da polícia apresentaram ramificações das mais variadas, ou seja, na venda de sentenças na Justiça Eleitoral para modificar resultados de eleições; sentenças para desvio de recursos contas correntes de aposentados, inclusive falecidos; sentenças para beneficiar pessoas acusadas de tráficos de drogas, inclusive para criminosos ligados ao PCC , organização criminosa que age de dentro dos presídios.

A delação premiada permite redução em até 2/3, ou 60% das penas a que forem condenados.





Fonte: A Gazeta

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