Ivone Siqueira e Max Weizer decidiram contribuir entregando o esquema de venda de sentenças
Lobistas negociam delação e entregam esquema e nomes
Os lobistas Ivone Reis Siqueira e Max Weizer negociaram com o Ministério Público Federal e com o Superior Tribunal Justiça (STJ) para fazer parte do benefício da delação premiada e falar tudo o que sabem sobre o esquema de venda de sentenças no Judiciário de Mato Grosso.
Ambos aparecem no inquérito da Polícia Federal, ao qual A Gazeta teve acesso, como lobistas nas negociações de sentenças em benefícios de réus em diversos processos.
Segundo fontes que participaram da reunião ocorrida na Procuradoria da República, o acordo aconteceu no decorrer da semana passada e ainda necessita ser homologado pela ministra Nancy Andrighi (STJ).
Por estar em segredo de Justiça, as assessorias de imprensa da Procuradoria da República e do Superior Tribunal de Justiça em Brasília se negaram a prestar esclarecimentos, mas também não negaram a possibilidade da delação premiada.
Caso a delação seja aceita pela ministra Nancy Andrighi, tanto Ivone Reis Siqueira quanto o advogado Max Weizer - que faziam a interlocução com advogados e clientes em busca das decisões favoráveis na Justiça - passarão para as autoridades policiais nomes de advogados e magistrados e como os esquemas eram planejados e concretizados. Ao final das investigações não está descartada a emissão de pedidos de prisão ou afastamento de magistrados.
Nos relatos descritos para A Gazeta, Ivone Siqueira e Max Weizer se dispuseram a contribuir com as autoridades judiciais e no aprofundamento das investigações que tem sido norteadas pelas gravações descritas e que fazem parte do inquérito da polícia federal conduzido pelo STJ.
A ministra é a relatora dos processos que investigam autoridades judiciais (desembargadores e juízes da ativa ou aposentados) que têm foro privilegiado, advogados e lobistas e que pela extensão das gravações autorizadas e realizadas através de escutas da polícia apresentaram ramificações das mais variadas, ou seja, na venda de sentenças na Justiça Eleitoral para modificar resultados de eleições; sentenças para desvio de recursos contas correntes de aposentados, inclusive falecidos; sentenças para beneficiar pessoas acusadas de tráficos de drogas, inclusive para criminosos ligados ao PCC , organização criminosa que age de dentro dos presídios.
A delação premiada permite redução em até 2/3, ou 60% das penas a que forem condenados.
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