Fábricas contrataram mais funcionários e estão no limite da produção
Vendas de cadeirinhas disparam até 200% com nova lei
Os fabricantes de cadeirinhas para carro estão comemorando os resultados positivos dos primeiros cinco meses do ano graças à lei do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Alguns fabricantes já registram aumento de até 200% nas vendas somente em maio deste ano em relação a abril último.
A Galzerano, por exemplo, previa aumento de até 80% nas vendas, mas a procura do último mês cresceu 200%, segundo o gerente comercial Valter José Neves.
- Nós vínhamos muito bem até maio com aumentos mensais dentro do previsto, mas nos últimos 20 dias, a procura triplicou. Por exemplo, até o final de abril, demorávamos 20 dias para entregar um pedido, hoje esse prazo subiu para 65 dias [por falta do produto].
Segundo Neves, a produção na fábrica chegou ao limite.
- Dobramos a linha de montagem de cadeiras de carros e aumentamos a jornada [de trabalho]. Em alguns setores, estamos trabalhando em três turnos. Mas nós não temos mais recursos para aumentar a produção. Estamos no limite da nossa capacidade.
Na fábrica da Burigotto, a situação não é diferente. Segundo a supervisora de marketing, Teresinha Cotin, foram contratados mais 200 funcionários em 2010.
- Nós já vínhamos há mais de um ano nos preparando para essa procura. Sabíamos que ia ter aumento nas vendas. Por isso, contratamos 200 funcionários esse ano e aumentamos o turno de trabalho. Além disso, investimos em máquinas, equipamentos e aumentamos a linha de produção. A nossa venda dobrou do ano passado para esse.
No geral, as vendas dobraram nos cinco primeiros meses desse ano, na comparação com o último semestre de 2009, segundo Élio Santini, conselheiro da Abrapur (Associação Brasileira de Produtos Infantis).
Pontos de vendas
O resultado dessa produção pode sentido nas lojas. O Magazine Luiza informou que as vendas das cadeirinhas para carros aumentaram 200% nos últimos meses com a proximidade da publicação da lei no Diário Oficial. A medida começaria a valer a partir desta quarta-feira (9), mas foi prorrogada até setembro deste ano.
Milton Bueno gerente de marketing da Alô Bebê diz que a procura pelos itens subiu 30% somente no mês de maio. De acordo com ele, a loja já estava preparada para o aumento da procura, mas não esperava que as vendas se concentrassem nos assento de elevação - indicados para crianças de 22 kg a 36 kg.
Esse item, segundo Bueno, já não tem mais no estoque.
- Já estamos sentido falta no estoque do booster [assento de elevação], que foi zerado no fim de semana. Mas estamos repondo para as lojas e para o site a partir de hoje.
Valter Neves da Galzerano confirma o aumento da demanda nesse tipo de assento. Ele explica que a maioria dos pais transporta crianças acima de quatro anos direto no banco traseiro e que por isso nunca houve muita procura pelo equipamento.
- Muita gente nem dava bola para o booster. Nós vendíamos em média 400 a 500 peças por mês. Hoje, temos uma procura de 10 mil [unidades] por mês.
Novas regras
A lei das novas regras para transporte de crianças entraria em vigor nesta quarta-feira em todo o país. Se as crianças até sete anos e meio forem transportadas fora das cadeirinhas especiais, o motorista corre o risco de levar uma multa gravíssima, pagar R$ 191,54 e ganhar sete pontos na carteira.
As cadeiras variam de acordo com peso e idade da criança. Até um ano, as cadeiras são do tipo “bebê conforto”, com o assessório virado de costas para o motorista e de frente para o banco do carro, preso ao cinto de segurança. Crianças com idade entre um e quatro anos devem usar as cadeirinhas que também devem ser presas ao cinto.
De quatro a sete anos e meio já é possível usar os chamados “assentos de elevação” e usar o cinto de segurança dos veículos. Só a partir dos sete anos e meio é que as crianças passam a usar o cinto de segurança do carro, sem a necessidade das cadeirinhas.
Colaboraram Ana Flávia Oliveira, Beatriz Nakashima e Ivan Men Torraca estagiários do R7
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