Pronera aprova curso de Geografia para assentados de Mato Grosso do Sul

Assentados de Mato Grosso do Sul terão mais uma oportunidade de ampliar os conhecimentos por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). A Comissão Pedagógica Nacional do Programa aprovou convênio com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) para a implantação do Curso de Geografia (Licenciatura Plena), no campus de Aquidauana.

Serão oferecidas 50 vagas para assentados dos municípios de Aquidauana, Anastácio, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Dois Irmãos do Buriti, Guia Lopes da Laguna, Jardim, Maracaju, Nioaque, Sidrolândia e Terenos. De acordo com a asseguradora do Pronera no estado, Mara Lúcia Pena de Abreu, o novo curso terá duração de quatro anos e funcionará no sistema de alternância, devendo ter início nas próximas férias de janeiro de 2011.
 
Em Mato Grosso do Sul, o Pronera mantém em funcionamento os cursos de Ciências Sociais, na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), no município de Dourados, além de Técnico em Agropecuária, em convênio com o Centro de Organização e Apoio aos Assentados do Mato Grosso do Sul (Coaams - Escola Família Agrícola), em Nova Alvorada do Sul.
 
Para o superintendente do Incra no estado, Waldir Cipriano, o conhecimento é o principal insumo que as famílias necessitam para produzirem melhor. "Com os cursos de Técnico Agrícola, Ciências Sociais e, agora, Geografia, a reforma agrária do estado dá um salto qualitativo na área da educação. São assentados adquirindo e transferindo conhecimentos", afirma.
 
O Pronera
 
O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária, do Incra, tem a missão de ampliar os níveis de escolarização formal dos trabalhadores rurais assentados. Atua como instrumento de democratização do conhecimento no campo, ao propor e apoiar projetos de educação que utilizam metodologias voltadas para o desenvolvimento das áreas de reforma agrária. É desenvolvido a partir de parcerias do Incra com movimentos sociais e sindicais de trabalhadores e trabalhadoras rurais, instituições públicas de ensino, instituições comunitárias de ensino sem fins lucrativos e governos estaduais e municipais.
 
Os jovens e adultos de assentamentos participam de cursos de educação básica (alfabetização e ensinos fundamental e médio), técnicos profissionalizantes de nível médio e diferentes cursos superiores e de especialização. O Pronera capacita educadores para atuar nas escolas dos assentamentos, e coordenadores locais, que agem como multiplicadores e organizadores de atividades educativas comunitárias.
 
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) desenvolve-se por meio da alfabetização e continuidade dos estudos escolares nos ensinos fundamental e médio. Os projetos contêm três ações básicas: alfabetizar e escolarizar jovens e adultos nos dois segmentos do ensino fundamental; capacitar pedagogicamente e escolarizar educadores no ensino fundamental para que venham a atuar como agentes multiplicadores nas áreas de reforma agrária, além de formar e escolarizar os coordenadores locais para atuarem como agentes sociais multiplicadores e organizadores de atividades educativas comunitárias.

Os ensinos médio e técnico profissionalizante destinam-se à formação de professores no curso Normal e à formação de técnicos jovens e adultos nas áreas de reforma agrária. Objetivam formar nos assentamentos profissionais capazes de contribuir para a melhoria das condições de vida das comunidades e a promoção do desenvolvimento das áreas de reforma agrária.
 
O ensino superior destina-se ao cumprimento da garantia de formação profissional, mediante cursos de graduação ou pós-graduação, em diversas áreas do conhecimento que qualifiquem as ações dos sujeitos que vivem e/ou trabalham para a promoção do desenvolvimento sustentável dos assentamentos. Os cursos promovem o diálogo e a pesquisa científica entre as comunidades e as universidades, com o desenvolvimento de metodologias apropriadas às diversidades territoriais.
 
Para promover o desenvolvimento sustentável, as ações do Pronera têm como base a diversidade cultural e socioterritorial, os processos de interação e transformação do campo, a gestão democrática e o avanço científico e tecnológico. Já as práticas educacionais têm como princípios o diálogo, a práxis e a transdisciplinaridade.