A Pfizer, detentora da patente, anunciou que os preços do Viagra cairão de R$ 30 para R$ 15, em média, por comprimido, já a partir desta terça-feira. No próximo dia 20, a patente do medicamento expira, o que vai permitir a comercialização de genéricos.
Segundo Odnir Finotti, presidente da PróGenéricos, não importa o quanto a farmacêutica abaixe o preço, o genérico continuará mais barato. "É assim que o mercado de genéricos funciona. Se o deles sair por R$ 15, o genérico deve ficar pelo menos na casa dos R$ 12 por comprimido", afirmou Finotti ao G1.
O presidente da associação afirma que pelo menos uma empresa, a EMS, já tem aprovação para a comercialização dos genéricos a partir do momento do fim da patente da Pfizer e que outras quatro devem ter a autorização até lá.
Finotti também disse que o corte dos preços do Viagra é "muito bem vindo". "A concorrência é ótima, é isso que queremos. Quem dera essa redução tivesse vindo há quatro, cinco anos atrás, para ampliar o acesso a esse remédio", disse ele.
"Isso mostra a força do programa de genéricos na regulação do mercado", afirma.
Com o fim da patente do Viagra, a PróGenéricos espera que o consumo de remédios para disfunção erétil dobre no próximo ano e que os genéricos respondam por 70% das vendas. A Pfizer, por sua vez, acredita que não deve perder mais do que 30% desse mercado.
Fim da patente
O Brasil é o primeiro dos 120 países em que o Viagra é comercializado a dar a patente como vencida. Em 28 de abril, o Supremo Tribunal de Justiça decidiu que a patente do medicamento vencerá em junho deste ano, como previsto pela legislação brasileira -- que prevê a proteção da propriedade industrial de remédios por 20 anos após o primeiro registro. O Viagra, segundo o STJ, foi registrado em junho de 1990 na Inglaterra.
A Pfizer afirma que o pedido feito na Inglaterra não foi concluído e que o registro só foi formalizado em 1991, na União Europeia. Por isso, a fabricante pedia uma extensão de um ano nesse prazo, até 2011. Nos Estados Unidos e na Europa a patente deve vencer nessa data.
A farmacêutica ainda pode recorrer da decisão, segundo o diretor de negócios da empresa, Adilson Montaneira, mas isso ainda está sob estudo. "Ainda estamos esperando. Temos que avaliar o teor da decisão para poder depois tomar uma nova decisão [sobre recorrer]. Você precisa ter um embasamento legal. Mas independente disso, a decisão de abaixar o preço está tomada", afirma.
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