"Fiquei muito satisfeito com o resultado. Foi mais do que eu esperava. Eu esperava 2,5%. Ele mostra que a economia brasileira teve uma das melhores recuperações do mundo. O resultado faz parte de um conjunto de medidas de políticas monetária e fiscal que foram muito bem sucedidas. Na comparação internacional, apenas a China teve um crescimento dessa magnitude. O resultado mostra o vigor e o dinamismo da economia brasileira", afirmou.
Em ritmo mais forte de expansão após a crise, a economia brasileira cresceu 9% no primeiro trimestre de 2010, ante o mesmo período do ano passado, a maior variação desde o início dessa base de comparação na série histórica, em 1996.
Frente ao quarto trimestre, a alta do PIB foi de 2,7%, registrando o maior aumento nesse comparativo desde a expansão contabilizada no primeiro trimestre de 2004 (2,8%).
O PIB, que mostra o comportamento de uma economia, é a soma dos bens e serviços produzidos por um país --é formado pela indústria, agropecuária e serviços.
O ministro ressaltou o desempenho da indústria (crescimento de 4,2%) e Formação Bruta de Capital Fixo (7,4%), em comparação com o quarto trimestre de 2009.
"Temos que lembrar ainda que isso se dá em relação ao um ano que foi muito fraco (2009). Eu diria que o primeiro trimestre foi o auge da retomada do crescimento. Todos os estímulos estavam em vigor: as desonerações do IPI, a redução do compulsório dos bancos e a taxa de juros, que estava em seu menor patamar. Ainda tivemos os estímulos dos gastos do governo", afirmou Mantega, destacando ainda o aumento do consumo das famílias (1,5% em relação ao quarto trimestre do ano passado).
Para o segundo trimestre, no entanto, Mantega espera um desaquecimento da economia. "No segundo trimestre já há dados de desaquecimento. O crescimento no ano vai ficar alto, mas a taxa já está decrescente. Temos a volta dos impostos, que vai fazer a demanda cair, a volta do compulsório e a taxa de juros, que já subiu 0,75%, a maior alta de todos os países. Além disso, tivemos o corte de R$ 10 bilhões nos gastos do governo".
"Um outro fator que ajudará no desaquecimento é a crise europeia, que diminui a disponibilidade de crédito para a economia brasileira e dificulta a rolagem da dívida das empresas. Também vai dificultar os IPOs e vai diminuir a abertura de capital das empresas".
Por fim, até o final do ano, Mantega afirmou que espera um equilíbrio da economia de forma que o crescimento não pressione o setor produtivo. "A trajetória é de um crescimento moderado. Caminhamos para um crescimento sustentável. Não podemos esquecer a base de comparação. A indústria, por exemplo, teve um crescimento negativo em 2009. Em 2010, a economia brasileira deverá ter um crescimento de 6% a 6,5%."
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