Prazo acaba e ‘cadeirinha’ é obrigatória
O prazo se esgotou e, a partir de amanhã, motoristas que transportarem crianças com menos de 10 anos no banco da frente ou sem o uso dos equipamentos de segurança exigidos, serão punidos. A multa é gravíssima, no valor de R$ 191,54 e com perda de 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A exigência também é para uso de bebê conforto (criança até 1 ano), cadeirinha (de 1 a 4 anos), assento de elevação (4 a 7 anos e meio).
A resolução que regulamenta o uso dos dispositivos de retenção, conhecidos por "cadeirinhas", foi publicada em 2008 pelo Conselho Nacional do Trânsito (Contran). Foram concedidos 2 anos para que os pais atendessem a exigência.
Em Cuiabá, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes informou que vai reforçar as fiscalizações mas que, desde o ano passado, começou a cobrar dos condutores o uso do equipamento e aplicar punições. O diretor de Trânsito Dativo Rodrigues declarou que, em 2009, foram emitidos 562 autos de infração e, este ano, já são 160. "Todos pelo transporte irregular de crianças no banco da frente".
Segundo ele, as desculpas dos responsáveis sempre são as mesmas. "Não sabia! Sai com pressa e esqueci de pegar! Vou comprar! Mas eles não têm consciência que estão colocando a vida de seus filhos em risco".
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que a utilização correta da cadeirinha reduz em 70% a possibilidade de morte de um bebê em acidente. Mas, a maioria ainda não utiliza o dispositivo. Dentre 5 itens de segurança viária avaliados pela organização, o uso das cadeirinhas teve a pior nota: 4.
Só nos primeiros 7 anos desta década, mais de 180 mil crianças foram vítimas de acidentes de trânsito no país, das quais mais de 8 mil morreram. "Sem o uso do cinto, dos equipamentos de segurança, elas podem sofrer lesões mais graves e, dependendo da freada, até fraturas".
Foi pensando nisso que a dona-de-casa Tatiana Marques Graciano comprou o equipamento, quando a filha Maria Clara tinha 6 meses. Hoje, com 3 anos, quando entra no carro, a menina vai direto para a cadeirinha e ainda tenta colocar o cinto. "Ela não consegue ainda, mas já sabe que precisa ir lá e usar o cinto. E isso é importante. Moramos em uma capital muito violenta no trânsito, qualquer descuido pode ocorrer um acidente. Então, é preciso cuidar de quem a gente ama".
Foi pensando nisso que Rosangela Mendonça também comprou o equipamento antes mesmo do filho, hoje com 2 anos, nascer. E ela dá o recado. "Nem sempre as crianças querem ir na cadeirinha, colocar cinto, mas não é questão de querer, é questão de responsabilidade. Os pais são os responsáveis pelos seus filhos".
O valor do equipamento varia, dependendo da marca, de R$ 100 a mais de R$ 1 mil.
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