Maria Helena Póvoas diz que não há nada a temer e pede providências para a apuração rápida da denúncia
Desembargadora nega envolvimento e pede apuração
A desembargadora Maria Helena Gargaglione Povoas negou estar envolvida em suposta venda de decisão no âmbito do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e anunciou medidas para esclarecer os fatos. "Sou a pessoa mais interessada no esclarecimento de denúncia sobre meu nome e farei tudo o que for possível para elucidá-la. Estou à disposição para prestar esclarecimentos e informações necessárias às autoridades que investigam o assunto", afirmou.
Ela afirmou que enviou de ofício ao superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, delegado Valmir Lemos de Oliveira, solicitando empenho no sentido de aprofundar as investigações a respeito do fato noticiado.
Segundo a assessoria do TJ-MT, a desembargadora busca "a cabal comprovação da ocorrência de venda de decisão no âmbito de sua câmara julgadora e, na hipótese de confirmada, quem vendeu e quem comprou".
"As pessoas que acreditam no valor do próprio ofício não podem tolerar insinuações. Precisamos ir a fundo e saber se o fato ocorreu e quem está verdadeiramente implicado na sua ocorrência", afirmou a magistrada.
Maria Helena Póvoas reiterou que "não tem nada a temer" e, a fim de demonstrar a lisura de seus julgamentos, bem como sua disponibilidade em colaborar para que as investigações demonstrem o mais rapidamente possível sua integridade funcional, ela decidiu encaminhar pleito à ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável pelo processo que apura o envolvimento de magistrados na questão.
Ela pede a perícia no processo de modo a confirmar se sua decisão foi contrária à prova dos autos.
A desembargadora também colocou-se à disposição da ministra para quaisquer esclarecimentos julgados necessários.
Segundo ela, documento semelhante será encaminhado ao presidente do TJ-MT, desembargador José Silvério Gomes, relatando as medidas tomadas, e manifestando sua convicção de não envolvimento em atos que desabonem a sua conduta. "Levei uma vida inteira para construir uma boa reputação e não deixarei que desmereçam meu trabalho e honestidade", afirmou.
A magistrada exortou ainda as pessoas que detenham denúncias sérias em relação ao assunto, que as encaminhem diretamente aos órgãos competentes, como o Conselho Nacional de Justiça ou o STJ. "Denúncias não devem ser lançadas ao vento apenas com o intuito de se instalar clima de insegurança na Justiça de Mato Grosso, pois temos canais criados para isso. Essas denúncias -devem sim serem apuradas, mas da melhor maneira possível", ponderou.
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