Além da redução dos sintomas, os aspectos psicossociais, como ansiedade e depressão -características dos asmáticos por natureza- foram atenuados, de acordo com a pesquisa, comprovando a eficácia do método para a melhora da qualidade de vida e autoestima dos pacientes.
Durante três anos, o estudo avaliou 101 adultos, com idade entre 20 e 50 anos, em tratamento no hospital.
Na primeira fase, os pacientes participaram de um programa educacional. Os pesquisadores enfatizaram o controle dos fatores ambientais que desencadeiam as crises asmáticas, o uso correto da medicação durante o tratamento e a automonitorização dos sinais e sintomas da doença.
Depois, eles foram divididos em dois grupos. O primeiro passou por um tratamento fisioterápico, com a realização de exercícios respiratórios e treinamento aeróbico, além de acompanhamento clínicos. As atividades físicas aconteceram duas vezes por semana, durante 30 minutos, por três meses.
O outro grupo só recebeu exercícios respiratórios e acompanhamento clínico. Em ambos os casos, a medicação não sofreu alteração.
Os resultados surpreenderam os especialistas. Aqueles que foram submetidos a atividades físicas tiveram menos sintomas de asma e melhoraram a qualidade de vida, especialmente na época do inverno, quando há mais problemas de saúde, enquanto o outro grupo não apresentou mudanças no quadro clínico.
Segundo o autor do trabalho, o fisioterapeuta Felipe Mendes, na maioria das vezes a atividade física é considerada vilã para pacientes asmáticos por ser um dos fatores desencadeantes mais comuns de crises.
Por essa razão, os portadores de asma tendem a ser menos ativos e mais descondicionados que seus pares saudáveis. No entanto, quando o exercício físico é realizado corretamente as complicações são minimizadas.
Em 2007, estudos do HC comprovaram a eficácia do método em crianças. Agora, os pesquisadores querem compreender a influência do exercício aeróbio no processo inflamatório pulmonar.
Uma das hipóteses é que o exercício aeróbio reduz a resposta alérgica e aumenta a produção de mediadores antiflamatórios como já verificado em estudos com animais, explica Celso Carvalho, orientador do estudo.
A asma é uma doença inflamatória da mucosa bronquial que impede a passagem do ar até os pulmões. O quadro é caracterizado por falta de ar, acompanhado de tosse, chiado e aperto no peito. Normalmente é controlado com o uso de broncodilatadores que cumprem a função de expandir os brônquios e permitir a passagem de ar.
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