Filho de Ojeda exige R$ 120 mil; Azeitona é ponto de negociata

André Luiz de Ambrósio Pinto revelou à Polícia Federal não só esquemas de negociação de sentença, com envolvimento de advogados e supostamente de desembargadores, entre eles Evandro Stábile, como também declarou ter ouvido de diversas pessoas que o empresário Azeitona, do Bar do Azeitona, situado na região da praça Popular, em Cuiabá, seria negociador de decisões judiciais. André é filho de Cecílio Francisco, que perdeu a sociedade da Faculdade Afirmativo para Wilson Ubiali, após vários brigas e embates jurídicos. Seu depoimento de três laudas foi feito em abril de 2008.

   Em meio ao desespero da família para tentar reverter a derrota jurídica e, assim, não perder a sociedade da faculdade, André contou que ouviu das pessoas comentários sobre a atuação de Azeitona como espécie de lobista junto ao Tribunal de Justiça. Diz que muitas negociações eram feitas no bar. Ele próprio revelou que presenciou no bar vários juízes sentados numa mesa, aparentemente negociando com advogados conhecidos, entre eles Paulo Medeiros. No mesmo depoimento, conta que Fernando Ojeda, filho do desembargador aposentado Donato Fortunato Ojeda, disse que resolveria o problema se Cecílio pagasse R$ 120 mil. "Fernando Ojeda deixou claro que esse dinheiro seria repassado para seu pai proferir a decisão", revela André Luiz. Em seu depoimento, enfatiza até Cecílio gravou, no aparelho celular, uma conversa com Fernando Ojeda exigindo dinheiro. Jura que seu pai não aceitou a proposta. Um ano depois do agravo sem julgamento, Ojeda se declarou impedido, alegando motivo de foro íntimo.

 

Trecho do depoimento de André Luiz, filho de Cecílio, que perdeu a Faculdade Afirmativo, aponta Azeitona como lobista nas negociações de sentença e diz que Fernando Ojeda exigiu R$ 120 mil para o pai dar decisão favorável