Caciques políticos não abrem espaço a novos líderes e encaram eleição
Eles estão de volta. Líderes políticos que de tanto ocupar cargos eletivos e comandar partidos se transformaram em caciques não desconfiam de que um dia precisam deixar a vida pública e estão prontos para mais um desafio nas urnas. Dois deles aparecem até numa situação eleitoral favorável. São os ex-governadores e ex-senadores Júlio Campos (DEM) e Carlos Bezerra (PMDB). O primeiro já passou também pela experiência na Câmara Federal e como prefeito de Várzea Grande e aparece nas intenções de voto como favorito na corrida para federal. Bezerra está no segundo mandato na Câmara e quer o terceiro. Como são caciques e detêm controle de seus partidos, convergem as ações internas para reforçar seus projetos políticos em detrimento dos demais postulantes.
Se houvesse conscientização desses caciques quanto à aposentadoria política, Estado como o de Mato Grosso poderia contar hoje com um quadro político renovado, com lideranças mais jovens e com novas ideias e ideais. Mesmo que consigam através do voto se manter no poder, eles sufocam e bloqueiam dentro de seus partidos nomes que poderiam emergir na vida pública. Há outros, além dos irmãos Júlio e Jayme Campos e de Bezerra, como Murilo Domingos, Oswaldo Sobrinho, Wellington Fagundes, José Riva e João Malheiros. São exemplos de políticos que se acostumaram com as tetas do poder e querem cada vez mais. Como não têm o "desconfiômetro" de quando devem parar, acabam entrando num processo de desgaste e se envolvem em escândalos.
Com 68 anos de idade, Bezerra já foi eleito três vezes prefeito de Rondonópolis, deputado estadual, governador, senador e exerce hoje o segundo mandato de deputado federal. Começou na vida pública como estadual, em 1975, portanto, há 35 anos. Outro que saiu apenas para conquistar mais uma aposentadoria vitalícia e está de volta é Júlio Campos. Na Assembleia, Riva (PP) não larga o poder. Exerce cargo de presidente da Mesa Diretora pela quarta vez e foi primeiro-secretário outras quatro vezes. Está em busca do quinto mandato. Também na Assembeia, o veterano João Malheiros (PR), ex-vereador por Cuiabá e no segundo mandato de deputado, buscará a reeleição. Aos 69 anos, Murilo Domingos, ex-deputado federal e no segundo mandato de prefeito de Várzea Grande, é o mais velho dos 141 prefeitos mato-grossenses.
Oswaldo Sobrinho, que também já foi deputado, vice-governador, secretário de Estado e adjunto e exerceu outras funções públicas, é pré-candidato a deputado estadual pelo PTB. Mesmo com idade avançada, ele se mostra um exímio articulador político. Wellington Fagundes está no quinto mandato e montou grande estrutura de campanha para garantir mais quatro anos em Brasília.
Comentários