Presidente interino do TRE não acredita em renúncia coletiva
O corregedor e presidente interino do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Rui Ramos, afirmou que as denúncias de venda de sentença não vão prejudicar a realização das eleições em Mato Grosso. Ele assumiu a direção da corte com as férias do presidente Evandro Stábile, investigado na operação Asafe juntamente com o jurista Eduardo Jacob. Ramos disse, em entrevista para A Gazeta, que tem solicitado ao Superior Tribunal de Justiça, que está investigando as denúncias, informações sobre os procedimentos investigatórios e eventuais provas. "Solicitei por escrito à ministra Nancy Andrighi que ela compartilhe os fatos e provas que foram conhecidos nessa investigação. Tudo o que consta no inquérito eu pedi que seja compartilhado com a corregedoria sob o mesmo prisma de sigilo para que verifiquemos se existe medida a ser tomada aqui. Mas isso não tem nada contra a pessoa A, B ou C. O que vamos fazer é verificar fatos e analisar a conduta de cada magistrado se assim a ministra entender", afirmou.
O corregedor e presidente interino Rui Ramos afirmou também que preferiu "ir onde nasceu tudo isso, onde foi a gênese de tudo, que é o STJ. Estamos aguardando as informações. A diferença é que o procedimento que partiu de uma sugestão dos juízes federais César Bearsi e Jeferson Schneider vai apuar situações envolvendo membros do Pleno. Nós aqui vamos, se for o caso, podemos aglutinar o procedimento que está em andamento ou continuar apurando fatos envolvendo juízes de primeira instância. Essa competência é determinada pela resolução 30 do CNJ.
O presidente interino não acredita que ocorra renúncia coletiva no TRE de Mato Grosso como chegou a ser cogitado. A "medida" pode ser votada nesta 3ª feira à noite. "Essa vai ser uma reunião do pleno com todos os membros onde isso vai ser deliberado. O que sei é que é uma medida sem precedente. Digo também que não é algo normal e nem natural, mas as pessoas podem rever voto ou mantê-los", afirmou. Ramos acredita que, se houver renúncia coletiva dos magistrados poderia prejudicar a realização para eleição deste ano. "Tirar todos os membros faria com que fossem nomeados novos membros. Isso promoveria uma quebra de gestão e continuidade do trabalho. Teríamos toda uma situação nova. Por isso, tem que ser muito bem conversado", concluiu o corregedor.
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