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Economia
Domingo - 06 de Junho de 2010 às 18:00

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População de países pobres gastam até 70% da renda com alimentação
População de países pobres gastam até 70% da renda com alimentação
Famílias do Paquistão ao Congo, passando pela Argentina, são as mais afetadas pelo aumento dos preços de alimentos. A escalada leva mais pessoas para a pobreza, cria tensões políticas e força muitas pessoas a desistirem de comer carne, frutas e até mesmo tomates. Com a comida custando até 70% da renda de uma família nos países mais pobres, o aumento dos preços está apertando os orçamentos domésticos e ameaçando aumentar a mal nutrição. 

O índice de preços de alimentos da FAO (Organização para Agricultura e Alimentação da Organização das Nações Unidas), que inclui grãos, carne, laticínios e outros itens de 90 países, subiu 22% em março em relação a igual período do ano anterior, embora ainda esteja abaixo dos níveis de 2008. 

Em alguns mercados asiáticos, os preços do arroz e do trigo estão entre 20% a 70% acima dos níveis de 2008. 

Muitos governos culpam o clima seco e o alto preço dos combustíveis, mas críticos de países como a Índia, Argentina e Egito, dizem que a aplicação de políticas erradas estão tornando a falta de alimentos ainda pior e um acordo de fornecedores podem estar pressionando ainda mais os preços. 

Segundo o porta-voz do Programa Mundial de Alimentação, Greg Barrow, países mais pobres acabam travando o preço nas altas devido ao elevado custo de transporte e falta de competição. 

- Os preços caíram de forma dramática no final de 2008 nos mercados internacionais mas eles continuaram elevados em muitos mercados locais de países em desenvolvimento. Depois que o custo dos alimentos sobem, eles demoram muito tempo para recuar.

No Egito, uma alta de 50% no preço das carnes nas últimas semanas provocou protestos em frente ao parlamento sobre salários e outras questões econômicas. 

Na Índia, o preço dos alimentos subiu 17% em abril em relação ao mesmo período do ano passado, mas o governo espera que se as chuvas forem normais nesta safra, o fornecimento de alimentos irá aumentar. 

O aumento nos preços foi provocado em parte pelo aumento da demanda dos pobres da zona rural, que podem comprar mais alimentos graças aos programas do governo de criação de empregos e redução de débitos. 

No longo prazo, especialistas dizem que a Índia, com mais de 1 bilhão de pessoas, tem que acelerar a expansão de sua produção de alimentos se quiser equilibrar demanda e oferta. 

Harsh Mander, que foi designado pela Suprema Corte da Índia para monitorar a fome, disse que "nossa capacidade de alimentar todos os indianos está sistematicamente caindo com o tempo". Para ele, "o mercado mundial não pode nos derrubar". As informações são da AP.





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